- Alexandre Vidal / Flamengo
Outro dia, Roberto Carlos, ex-lateral da Seleção Brasileira e Real Madrid, comentou que Rogério Ceni é psicólogo. Sendo assim, o trabalho no Flamengo tem um início desanimador e o “paciente” corre risco de cair em depressão. O Rubro-Negro é alguém ainda órfão de Jorge Jesus, comandante que, em menos de um ano, conduziu a equipe aos títulos da Libertadores, Brasileiro, Recopa Sul-Americana, Supercopa do Brasil e Carioca.
Rogério Ceni estava muito bem no Fortaleza, porém, quem negaria um convite para treinar o Flamengo? A maior torcida do mundo, um dos times mais vitoriosos da história e um elenco de respeito.
Por outro lado, há a pressão por resultados rápidos e constantes. Não tem essa de paciência, “Isso aqui é Flamengo”, como costuma cantar a Nação.
Claro, em tempos de COVID, a cada dia são novos desfalques. Mas aí, novamente, entra a mão do técnico que deve saber as peças que tem e como encaixá-las. Rogério está sabendo fazer isso? “Ah, mas chegou agora”, dizem alguns. O Abel Ferreira chegou agora também no Palmeiras. E, para efeito de comparação, mesmo quando joga cheio de desfalques, continua bem…
Logicamente, sem diminuir o Ceará, que empatou com o Verdão por 2 a 2 e saiu da Copa do Brasil (perdeu o primeiro jogo por 3 a 0), sabemos que o São Paulo é muito superior. O desafio do Flamengo era complicado. No jogo anterior, a irresponsabilidade de Hugo Souza no final do jogo custou caro. O goleiro vinha muito bem, mas parece que as reportagens de televisão falando do talento dele deslumbraram o jogador.
Contra o tricolor paulista, no Morumbi, o time rubro-negro começou bem. Os comentaristas estavam elogiando a postura da equipe. Até que o show são-paulino começou e… Cadê o psicólogo? Os jogadores batiam cabeça, e Vitinho não deixou Evérton Ribeiro, camisa 10 da Seleção Brasileira, bater o pênalti que poderia reanimar o time. Bola na lua, sequência de memes e mais uma derrota para a conta do Ceni.
Afinal, Rogério chegou dizendo que buscaria rememorar os tempos de Jesus, aquele estilo de jogo bonito e eficiente, não estamos vendo nada disso. Ok, talvez na estreia, alguns lampejos, um gole de esperança.
Posteriormente, o choque de realidade. Cada vez mais doloroso.
Por fim, fica a dúvida, com as tristes cenas de Ceni pedindo para o jogo acabar: só Jesus salva?
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