Flamengo tem vitória épica no Maracanã

Não há justiça no futebol. Mas poucas vezes, desde a trágica passagem de Renato Gaúcho, o Flamengo conseguiu obter uma vitória tão correta, de tanto valor, sobre um adversário gigante, para afastar qualquer crise e devolver definitivamente o astral: 2 a 0 sobre o Atlético-MG, garantindo vaga na próxima fase da Copa do Brasil.

O Flamengo começou disposto a igualar a diferença. E o Atlético determinado a cadenciar a partida. Na teoria, foi assim, mas, na prática, nem tanto, levando-se em conta que o time de Minas não conseguia impedia o carioca de criar oportunidades, e este, no entanto, não marcava o gol que poderia dar-lhe um mínimo de tranqüilidade. As duas equipes também mostravam a preocupação de não deixar o adversário jogar. O árbitro, porém, marcava em cima. Os dois personagens presentes do 7 a 1, David Luiz e Hulk, discutiram, de dedo em riste, e Sua Senhoria tratou de acalmá-los.

Logo, o que se viu, após 20 minutos, foi um Flamengo com mais posse de bola, e cada vez mais apressado, e um Atlético apostando no contra-ataque que poderia proporcionar-lhe ampliar o resultado agregado e praticamente liquidar o confronto. No quadro, o Rubro-Negro era bem melhor, pois, como dito, até fabricava chances. Pelo menos quatro delas. Mas não tirava a vantagem. E o time de BH, que é muito técnico, mantinha o povo apreensivo, nas raras vezes que avançava. E o 0 a 0 era lógico. Não há nada pior para o torcedor ver seu time convencer diante de um grande rival. E não transformar a superioridade em gol.

Mas eis que quando chegaram os acréscimos, e a coisa caminhava para o intervalo, Pedro rolou para Arrascaeta, que tocou mansamente para dentro: 1 a 0. Até ali – ufa – mereceu o Flamengo. Restava agora, à equipe carioca, suportar o ritmo, e ao Atlético, evitar a cautela excessiva.

Pois é. O Alvinegro voltou disposto a empatar, mas deixava espaços para o contra-ataque, o que proporcionou um cenário de lá ou cá: ou obtinha igualdade, o que seria perfeitamente possível, ou levava o segundo, que a propósito, não encerrava o duelo em nenhuma das hipóteses, arrastando emoção até o fim. O que há, até ali, de curioso: os centroavantes não aparecem. Gabriel e Hulk estão fora da área. Não armam e nem finalizam.

Aos 17 minutos, Arrascaeta aproveitou cobrança de falta, com desvio no caminho, e meteu de peixinho: 2 a 0. Nem precisava da maldição do VAR. A saga, porém, continuou. Sim, pois se o Flamengo recuar demais, há possibilidade de não aguentar. E lá se foi o Atlético. Três substituições de uma vez só. Bola ou búrica. O Flamengo assumiu a retranca e começou a dar chutão. Num deles, Marinho pôs adiante, e Alonso, que já levara o amarelo, foi expulso. Não reclamou em nenhuma das ocasiões. Poucas vezes se viu cartões tão justos.

Com um a menos, o time de Minas foi obrigado a mexer novamente, e o Rubro-Negro teve mais campo para jogar. No entanto, não liquidava. Segue o suspense. Dorival Júnior também troca em massa. Para o time carioca, cada minuto tem uma hora, e, para o Atlético, o tempo passa em alta velocidade. A chuva alimentou o drama. Mas o Flamengo conseguiu segurar. O gol de Lázaro, no Mineirão, deu a vaga ao Rubro-Negro.

*Este texto não reflete, necessariamente a opinião do Jogada10

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