Nesta segunda-feira, 8/2, completa-se dois anos do incêndio no Ninho do Urubu, que matou dez garotos da base do Flamengo, além de  deixar três feridos. Várias homenagens estão sendo prestadas. O Flamengo abriu a hashtag (nossos10), colocou-se de luto e postou mensagens desde o primeiro minuto do dia. Também vários torcedores foram às redes para comentar o assunto, muitos reclamando da demora da Justiça em punir os culpados, muitos dizendo que a tragédia jamais será esquecida. O Jogada10 faz abaixo um breve resumo do caso.

Como foi

A tragédia ocorreu em 8/2/2019 no alojamento onde dormiam 26 meninos da base.  No fim da madrugada ocorreu um curto-circuito em um ar condicionado e o fogo logo se espalhou. Na confusão e com muita fumaça, 13 garotos escaparam. Mas três se feriram gravemente e dez morreram.

O alojamento (na verdade contâiners adaptados), era provisório. Segundo informou a diretoria do Flamengo após a tragédia, seria desativado na semana seguinte, com os jogadores da base passando a usar o antigo alojamento dos profissionais, já que modernas instalações para o time A tinham sido recém-inauguradas.

As vítimas

Morreram: Athila Souza Paixão (14 anos), Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas (15 anos), Bernardo Pisetta (14 anos), Christian Esmério (15 anos), Gedson Santos (14 anos), Jorge Eduardo Santos (15 anos), Pablo Henrique da Silva (14 anos), Rykelmo de Souza Viana (17 anos), Samuel Thomas Rosa (15 anos) e Vitor Isaías (15 anos).

Investigações

O processo de investigação durou quase dois anos e levou e consideração que o Flamengo sabia dos riscos que o alojamento corria principalmente no seu sistema elétrico, com possibilidade de incêndio.  No último dia 15/1 o  Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público (MP-RJ): crime de incêndio culposo qualificado pelas mortes e pelas lesões graves em outros atletas. Em caso de condenação, a pena varia de 16 meses a 4 anos de prisão.

Os denunciados: O ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello; Márcio Garotti (ex-diretor financeiro); Carlos Noval (ex-diretor da base); Luis Felipe Pondé e Marcelo Sá (engenheiro do Flamengo); Marcus Vinicius Medeiros (monitor); o técnico em refrigeração Edson Colman da Silva;  e quatro funcionários da empresa responsável pelos contêineres (a NHJ): Claudia Pereira Rodrigues, Weslley Gimenes, Danilo da Silva Duarte e Fabio Hilário da Silva.

Indenizações

Vale citar que o incêndio ocorreu 30 dias depois da posse da atual diretoria do Flamengo e que os denunciados foram da diretoria anterior, da gestão Bandeira de Mello.  Mas é o departamento jurídico da atual gestão, de Rodolfo Landim, que durante estes dois anos estão conversando sobre indenizações com as famílias das vítimas. A morosidade é muito criticada pela imprensa e pela opinião pública, assim como as tentativas do Flamengo de, na Justiça, tentar a redução da pensão mensal que deve pagar aos familiares (de R$ 10 mil para R$ 5 mil).

E até hoje  há pendências. No momento, o Flamengo já fechou acordo com oito das das famílias das vítimas fatais. Ainda não houve acerto com os familiares de Christian Esmério  e de Rykelmo. No caso deste último, o Flamengo se acertou com o pai. Mas como este é separado da mãe e ela rejeita a proposta, segue o impasse.

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