A Raça Rubro-Negra fará sua estreia na Série Prata do carnaval do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (29), na Intendente Magalhães, com promessa de um desfile histórico e expectativa para chegar à Sapucaí em 2023. Uma das principais figuras da escola de samba da torcida organizada do Flamengo é Monalisa Moura. Em entrevista ao Jogada 10, a Rainha de Bateria contou a sua história, revelou o desejo de desfilar pela escola na Sapucaí e sonha com o retorno da Raça Rubro-Negra ao Maracanã.
Escola de Samba Raça Rubro-Negra estreia nos desfiles com samba histórico
Monalisa Moura decidiu mudar de vida há quase 10 anos. Em 2013, durante sua segunda gravidez, sofria com depressão e chegou a atentar contra a própria vida no quinto mês de gestação. Após dar à luz, realizou diversas cirurgias, entre elas uma bariátrica, em busca de uma vida saudável. Hoje, Monalisa é uma inspiração para muitas pessoas que lutam diariamente contra a obesidade. A Rainha de Bateria, que pesava 139 kg e perdeu 71 kg, ressaltou que a importância de ter uma vida saudável.
“Eu prego a mudança e a aceitação, mas em primeiro lugar, prego a saúde. Existem pessoas que não aceitam que a obesidade é uma doença. Não posso romantizar uma doença. A obesidade também mata se não for tratada. Sou uma inspiração para algumas pessoas, mas para outras estou cultuando padrões. As pessoas olham somente como estética, mas esquecem o principal, que é a saúde”, disse a musa.
Nos últimos anos, Monalisa Moura ganhou espaço no samba. Após viralizar como musa do Flamengo, foi convidada pela Raça Rubro-Negra para se tornar a Rainha de Bateria. Inicialmente, não aceitou. Mas foi convencida pelo presidente da agremiação, Anderson Macula. Agora, Monalisa deseja realizar dois sonhos com a escola: desfilar na Sapucaí e retornar às arquibancadas do Maracanã – a Raça está banida dos estádios desde 2018.
“Caí de paraquedas no carnaval. Na época em que era musa do Flamengo, a Raça Rubro-Negra resolveu colocar em prática o sonho de se tornar uma escola de samba e me convidou para ser Rainha de Bateria. No começo não queria porque não sabia sambar, mas aceitei logo depois. Não era um sonho, mas se tornou uma realidade. Me dediquei, fiz aula de samba, me acolheram muito bem e deu química. Não quero sair tão cedo”, afirmou a musa da escola.
“O presidente (Anderson) Macula viu em mim uma pessoa boa e caridosa, além da superação e evolução. A Raça Rubro-Negra, hoje, é isso. Evolução e amadurecimento. Me identifiquei com o pensamento deles. Um dos meus maiores desejos é ver a Raça voltar ao estádio como torcida organizada”, completou.
Nascida e criada no Complexo da Penha, Monalisa Moura é torcedora do Flamengo desde o berço. Mesmo sem a influência dos pais, que são torcedores do Fluminense, a paixão pelo Rubro-Negro foi motivada, principalmente, pela proximidade com o seu maior ídolo: Adriano. O Imperador cresceu na Vila Cruzeiro, que faz parte do aglomerado de favelas da Penha.
“Meu maior ídolo, sem dúvidas, é o Adriano. Ele é do povão, é carismático, humilde e alegre. Sem contar que não existe igual a ele no campo. No pouco tempo que ele ficou, fez história. Vi em uma entrevista que ele quer jogar um amistoso pelo Flamengo. Quero muito poder estar presente nesse jogo, torcendo para fechar (a carreira) com chave de ouro. Um atleta não é só o que ele é dentro de campo. Ele é flamenguista de verdade, de coração, e fez história”, exaltou.
Fundada em 20 de setembro de 2019, a escola de samba da Raça Rubro-Negra fará sua estreia na Série Prata, nesta sexta-feira (29), no desfile da Intendente Magalhães. A agremiação será a quarta escola a desfilar nesta noite. O enredo será uma homenagem a “Aquarela Brasileira”, de Silas de Oliveira, que marcou os desfiles do Império Serrano em 1964 e 2004.
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