Mesmo classificado para a Libertadores depois de oito anos, o Fluminense não fará um investimento acima de seu alcance para disputar o inédito título. No dia seguinte ao encerramento da temporada 2020, o diretor executivo do clube Paulo Angioni disse que a prioridade será a manutenção de jogadores da base e a valorização de atletas contratados para a equipe sub-23. Chegada de medalhões? Dificilmente.

“A tendência é não trazer ninguém de fora. É continuar mantendo só os jogadores formados no clube. Eventualmente pode acontecer, mas vai ser muito raro (…) O nosso modelo é o aproveitamento total dos jogadores formados no Fluminense. Trabalhamos no sub-20 sempre com uma data no ano anterior, ou seja, esse ano vai ser formado por jogadores nascidos em 2002 e 2003. Os 2001, que ainda teriam idade para jogar a competição, passam para a equipe de aspirantes”, disse Angioni, fazendo questão de explicar como é o processo de captação de jogadores para o sub-23, chamado internamente no Fluminense de time de transição.

Paulo Angioni, diretor executivo do Fluminense – Lucas Merçon/Fluminense FC

“Eventualmente aparece um jogador de um determinado clube, e o scout me traz essas informações. Eu sou muito relutante em ceder e, muitas vezes, crio discussões por conta disso, mas às vezes a gente é obrigado, porque a gente também não pode desprezar as informações que vêm de um profissional específico para aquilo”, completou.

Nesta semana, o Fluminense anunciou a contratação do volante Wiris, que estava no futebol da Bulgária, do meia Léo Souza, da Portuguesa de Desportos-SP, e do meia-atacante Gustavo Apis, revelação do Nova Iguaçu e destaque do time que conquistou a Seletiva do Estadual. Os nomes dos atletas já foram publicados no BID e podem ser aproveitados imediatamente.

Projeto de baixo custo para o clube

O presidente Mário Bittencourt, que também esteve presente à entrevista coletiva, deu o exemplo do volante Martinelli, que fez justamente esse caminho, passando pelo sub-23 e sendo aproveitado pelos profissionais.

“O Martinelli era um jogador que não vinha sendo utilizado aqui em cima e, com a saída do Dodi, o pessoal do sub-23 foi consultado e disse que ele estava absolutamente pronto. Uma vantagem do sub-23 é que o atleta já está treinando no CT. Então ele está muito perto do profissional e sendo visto pelo treinador do profissional. Isso faz com que o atleta fique estimulado em fazer o bate-volta. Fora o fato de que no sub-23, por questões de regulamento, a gente pode ter até cinco jogadores acima de 23 anos”, afirmou o mandatário tricolor, que revelou ainda que esse processo demanda um custo muito menor aos cofres do clube.

“Esse projeto custa menos de 10% da folha do futebol profissional. Quando cheguei aqui, o Paulo (Angioni) me falou que tínhamos cerca de dezenove, vinte jogadores emprestados, entre 21 e 22 anos, e o Fluminense pagando salário. Hoje eles estão aqui dentro. A gente está vendo e utilizando no nosso clube. Para nós, que temos dificuldades financeiras, o projeto é fundamental para que a gente vá em frente”, concluiu.

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