Fluminense demora, mas percebe que o leão é manso: 1 a 0

O Fluminense venceu por 1 a 0, e ninguém discutirá o mérito de sua vitória, pois embora tenha demorado a perceber que o leão era manso, ainda teve tempo para ir ao ataque e ganhar o jogo. Mas é fato, e lá vamos nós com o mesmo blá blá blá: há muita reclamação a respeito da realização de campeonato em tempo de jogos de seleções nacionais, mas a CBF permite que jogos do Brasileiro ocorram em dias de Copa América, prejudicando os clubes que cedem mais jogadores, tornando os adversários iguais na ausência de ideias e soluções.

O Fluminense fez o de sempre, de acordo com as suas limitações, e o Flamengo, que não tem reservas à altura, nada, nada, nada e morre na praia. A inoportuna e desinteressante Copa América terminará e o Rubro-Negro estará a muitas braçadas da liderança. E o Tricolor, que não aguarda o retorno de ninguém, seguirá com a sua costumeira toada, de somar o maior número de pontos que o permita disputar a Libertadores de 2022. Apesar de tudo, resta saber agora até onde vai Rogério Ceni, quem sabe até a provável eliminação ela, a Libertadores. Dessa, por ora, Roger Machado se livrou.

No primeiro tempo, nada de muito diferente dos jogos anteriores do Flamengo: o time tem a posse da bola, cria oportunidades, mas não faz gol. O Fluminense, em partida previsível, escapou do pior em pelo menos quatro ocasiões. Uma conclusão de Bruno Henrique em cima do goleiro, aos 10 minutos, outra de Michael, igual, aos 22, na cabeçada de Gustavo Henrique no travessão, aos 34, e no chute de Rodrigo Caio, após escanteio, que saiu caprichosamente para fora, à esquerda, aos 43. O Tricolor teve uma única chance, fortuita, com Fred, aos 20, para boa defesa de Diego Alves.

Curiosamente, o time das Laranjeiras poderia ter encerrado a etapa inicial com a vantagem de um jogador a mais, se Luiz Flávio de Oliveira tivesse exibido o cartão vermelho para Vitinho, que já recebera o amarelo, e fez falta em Gabriel Teixeira, aos 31, sem punição. É necessário ressaltar, no entanto, que apesar da superioridade, o Flamengo não mostra aquela intensidade de outros tempos, insuportável para os adversários. Quanto ao Fluminense, não poderia ser mais devagar, na etapa derradeira. A conferir.

Pois o jogo continuou igual. O Tricolor defendendo, apostando em contra-ataques, e a bola com o Rubro-Negro, que errava o último passe e as conclusões, sem que fosse possível pensar em uma solução prática, para ambos, à exceção de um erro grosseiro, lá ou cá.

Como dito, para o Fluminense é sempre igual. Roger Machado providenciou substituições, mas sabe que pouco mudará, mas mexe porque está ciente de que o rival, como é habitual, começa a perder o fôlego no meio do segundo tempo. Aos 24, Lucca driblou o goleiro e se perdeu, e aos 28, saindo da toca, Luiz Henrique desperdiça grande oportunidade, na defesa de Diego Alves. E embora esteja muito desfalcado – basta citar a ausência de Arrascaeta – o Flamengo também troca, pois Thiago Maia e Rodrigo Muniz não poderão ser inferiores a Gomes – o que é Gomes? – e Vitinho, peças nulas. E o Max, hein? Como pode um garoto de 20 anos ser tão lerdo?

Mas o problema – vamos lembrá-lo mais uma vez – é que, dizia o Barão de Itararé, no caso da Gávea, de onde não se espera nada, daí é que não sai nada mesmo. Pois nos acréscimos, Luiz Henrique, que é também é garoto, e é o contrário de Max, foi à linha de fundo e rolou para André fazer 1 a 0. Na realidade, resultado quase lógico, se levarmos em conta que o Fluminense conseguiu ser menos medíocre.