Atlético Mineiro

Forte e vingador, Atlético-MG é o dono do terreiro em três frentes

O Atlético-MG é a grande sensação do futebol brasileiro em 2021. Campeão mineiro, semifinalista da Libertadores, líder do Brasileirão e a um passo de chegar à semifinal da Copa do Brasil, o Galo tem boas chances de erguer pelo menos mais um troféu no ano para coroar o alto investimento na temporada.

Na última década, o Atlético-MG sempre esteve entre os favoritos nas competições. Entre 2012 e 2014, o Galo foi vice-campeão brasileiro e conquistou títulos como a Libertadores e a Copa do Brasil. Nos últimos três anos, o time mineiro voltou a se colocar na briga em virtude do investimento de um grupo de investidores.

Hulk é o grande destaque do Galo em 2021 – Pedro Souza / Atlético

Nos últimos dois anos, o Atlético-MG investiu alto. Além da contratação de jogadores como Hulk, Diego Costa, Nacho Fernández, Guilherme Arana e cia, o Galo também iniciou a construção do seu estádio, com aporte financeiro do grupo liderado pela MRV – que será detentora do naming rights da arena. Ao Jogada10, o jornalista Betinho Marques, do portal ‘Fala Galo’, analisou o momento do clube.

“Há muito tempo que o Atlético não tinha um elenco que pudesse fazer o que quisesse, que é dono das ações do jogo com um repertório que é capaz de neutralizar as valências de qualquer adversário. É um dos três principais elencos do Brasil, ao lado de Palmeiras e Flamengo”, disse.

Na metade da temporada, o Atlético-MG parece ter atingido o seu ápice – em um nível que poucos podem alcançar. No Brasileirão, são nove vitórias consecutivas e está a uma vitória de bater o recorde de maior sequência vencedora na era dos pontos corridos. Já na Libertadores, o Galo despachou o River Plate (ARG) sem piedade.

“O Cuca é capaz de mudar o formato de jogo (da equipe) para vencer. O River Plate é um time incisivo e contundente nas ações. Ele sabia que o Gallardo joga com um jogador central no ataque para municiar quem chega por trás. Todo mundo esperava que o Atlético fosse trabalhar a bola, mas (o Cuca) sabia que fazer isso com o River, que é especialista nisso, não funcionaria. Então chamou o River e atacou as costas, pois tem um arsenal com Savarino, Zaracho, Hulk… Foi letal”, destacou.

Atlético-MG atropelou o River Plate (ARG) no Mineirão – Yuri Edmundo / POOL / AFP

Efeito Hulk 

O grande destaque do futebol brasileiro na temporada é o atacante Hulk. Contratado em 2021, o super-herói atleticano já soma 40 jogos, 18 gols e 11 assistências, números que são superiores a sua primeira temporada pelo Porto (2008/09), com nove gols e nove assistências em 44 jogos, e Zenit (2012/13) com 13 gols e sete assistências em 33 partidas.

“O Hulk está jogando muita bola. É o protagonista. Todo time bom é dependente de bons jogadores. O Atlético consegue alternar porque tem um elenco privilegiado”, afirmou Betinho, que ressaltou que o Galo não é dependente do atacante.

“Não é um time frágil, que é dependente de jogadores como Hulk ou Nacho (Fernández). O Atlético é dono de si e é um time como nunca tinha visto antes. Nem o Galo de 2013 era tão forte em termos de coletividade”, completou.

Na Libertadores, Hulk soma sete gols e está empatado com Fred, do Fluminense, em segundo lugar. O artilheiro da competição continental é Gabigol, do Flamengo, com dez. Já no Brasileirão, o camisa 7 do Galo também tem sete gols e está somente um atrás dos artilheiros Bruno Henrique (Flamengo), Edenílson (Internacional) e Gilberto (Bahia), ambos com oito.

Reencontro com a torcida

Após 529 dias, o Atlético-MG voltou a sentir o calor da torcida na partida contra o River Plate (ARG), no Mineirão, pela volta das quartas de final da Libertadores. Com o apoio da massa atleticana, o Galo passou por cima do time argentino e garantiu a vaga na semifinal. Porém, a organização do evento dividiu opiniões em Belo Horizonte.

O prefeito da cidade, Alexandre Kalil, que é conhecido principalmente pela gestão na presidência do Atlético-MG entre 2008 e 2014, fez duras críticas ao clube e à Minas Arena, administradora do Mineirão. O evento parou a capital mineira, principalmente em torno do estádio, que ficou com bares lotados, além dos cerca de 18 mil torcedores presentes nas arquibancadas.

“Existe muita incoerência. É muito difícil dizer o que é certo e errado. Há cenas que poderiam ter sido evitadas, de aglomeração. As pessoas quando querem assistir um jogo de futebol não querem ficar sozinhas. Elas querem partilhar de um sentimento. Se o estádio estava liberado para 30% e as pessoas estavam querendo prestigiar o evento, você tem duas opções: ou não tem para ninguém ou libera todo mundo. É por isso que se torna incoerente a existência dos 30%”, ressaltou Betinho, que tinha o ingresso para o jogo, além da opção de cobrir através da área de imprensa, mas não foi.

“Era para espalhar todo mundo no estádio, mas as pessoas se juntam, até por essa necessidade do ser humano de se encontrar, de gerar pertencimento, de uma coisa que está acontecendo há dois anos e que deixou as pessoas longe das outras. A venda de bebida nos bares do lado de fora do Mineirão foi liberada. Permitiu que as pessoas se encontrassem. O Atlético era o canal para isso. Como você blinda essa paixão? Poderia vetar (a venda de bebidas) e falar que era só o jogo. Mas isso não aconteceu”, completou.

Aglomeração dentro e fora do Mineirão irritou o prefeito Alexandre Kalil – Bruna Prado / POOL / AFP

As cenas de aglomeração dentro e fora do estádio não agradou a prefeitura de Belo Horizonte. O prefeito Alexandre Kalil decidiu voltar atrás na decisão e proibiu novamente a presença de público nos estádios, na manhã desta segunda-feira. A decisão foi motivada por conta da quebra das regras dos protocolos estabelecidos para a realização das partidas.

“Se foi evento teste como disseram, não passou no teste. Não vai acontecer de novo se for nesse molde. O que me entristeceu diante da minha alegria toda de ontem foram aquelas cenas horrorosas, irresponsáveis, porque o prefeito faz parte da irresponsabilidade. Não estou jogando no colo de ninguém, porque o prefeito é que aceitou que eles iam cumprir o compromisso que eles tinham com a prefeitura”, disse Kalil, na última quinta-feira, após a partida do Atlético.

O Comitê de Enfrentamento à Covid-19 realizou uma análise dos eventos testes nos jogos do Atlético-MG e Cruzeiro, no Mineirão. A Guarda Municipal abordou 1.073 torcedores sem máscara ou que usavam o acessório incorretamente no entorno do estádio, na última sexta-feira, na partida entre Cruzeiro e Confiança, pela Série B do Brasileirão. Ninguém foi punido, já que todos seguiram a orientação dos guardas.

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Rodrigo da Costa

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