Mais uma ex-funcionária da CBF acusou o ex-presidente da entidade Rogério Caboclo de assédio sexual. Ela foi secretária do dirigente e contou, em depoimento ao Ministério Público, que pediu demissão por não aguentar o comportamento “instável” do chefe.

Rogério Caboclo é acusado de assediar ex-funcionária em voo para Madrid -Foto: Mauro Pimentel/AFP

Em seu relato, ela detalhou o assédio ocorrido em 2019, em um voo comercial, quando a ex-funcionária, Rogério Caboclo e o diretor de Comunicação da CBF, Douglas Lunardi, viajavam para Madri, para acompanhar a final da Champions League, disputada entre Liverpool e Tottenham.

“Dias antes da final da Champions League de 2019, estava viajando na companhia do presidente Rogério Caboclo e do diretor Douglas Lunardi; que o voo se destinava a Madri… durante o voo o presidente Rogério Caboclo pediu para que a declarante trocasse de lugar com Douglas, o que foi feito, sem que a depoente pensasse que poderia haver alguma má intenção. A declarante pôde sentir que a mão do presidente tocou em seu braço e ficou encostada, acreditando a depoente que tivesse ocorrido por acaso e que o mesmo deveria estar dormindo; que tirou o braço do investigado”. relatou a ex-funcionária ao MP, que continuou.

“Logo em seguida sentiu novamente a mão de Rogério Caboclo acariciando seu braço, para cima e para baixo, entendendo a depoente que não era movimento involuntário ou sem querer e imediatamente sentou e olhou para Rogério, indagou ao mesmo o que estava ocorrendo, que ele estaria confundindo as coisas; que era casada, que a relação da depoente com o investigado era estritamente profissional; que o investigado estava acordado, olhou para a depoente, porém não falou nada,”, finaliza o depoimento.

Três funcionárias da CBF acusam o ex-presidente da CBF, Rogério Caboclo, de assédio sexual – Lucas Figueiredo/CBF

A ex-funcionária da CBF, ao chegar a Madri, explicou o que aconteceu para Lunardi, que “foi solidário e prestou apoio à depoente”, passando a acompanhá-la durante toda a viagem para que ela ficasse em segurança. A companhia do diretor à ex-secretária passou a incomodar Caboclo, que lançou diversas “piadinhas” por conta do que estava acontecendo.

O ocorrido aconteceu mais de uma vez. Outras funcionárias de Caboclo relataram que, ao serem vítimas dele, buscaram a companhia de algum colega para não ficarem sozinhas com o dirigente. O então presidente da CBF passava a insinuar um relacionamento conjugal.

A ex-funcionária pediu uma transferência para outra área e ressaltou sua experiência em projetos, mas Caboclo vetou sua troca de cargo e disse que ou trabalhava para ele ou ela deixaria a CBF. O ex-presidente relatou para a ex-secretária que sua substituta seria uma mulher. Quem a substituiu no cargo foi justamente a funcionária que, dois anos depois, faria a primeira denúncia de assédio sexual contra o dirigente.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: TwitterInstagram e Facebook.

 

 

Comentários