Um dia depois de ser afastado do cargo de presidente da CBF por 15 meses, Rogério Caboclo, que é acusado de assediar sexualmente e moralmente de duas ex-funcionárias, recebeu nesta quarta-feira uma carta dos presidentes das 27 federações que solicita sua renúncia imediata.

Acusado de assédio sexual, Caboclo é alvo de investigação do MP

Os dirigentes se revoltaram com a medida adotada pela entidade, que enquadrou Caboclo em ‘conduta inapropriada’ e deu uma suspensão que lhe permite retornar ao cargo em setembro de 2022, ou seja, a tempo de concluir seu mandato que vai até abril de 2023.

Rogério Caboclo não conta com o apoio dos presidentes das 27 federações – Lucas Figueiredo/CBF

O futuro de Caboclo depende ainda da Assembleia Geral da CBF, composta justamente pelos presidentes das 27 federações, que será realizada na próxima semana com o objetivo de ratificar ou não a pena imposta pelo Comitê de Ética. Caso Caboclo obtenha sete votos favoráveis, ele é reconduzido imediatamente ao cargo. Mas pela posição indicada hoje pelos dirigentes, o mais provável é de que a suspensão seja mantida.

Veja na íntegra a carta dos 27 presidentes de federações a Rogério Caboclo:

“Sr. Presidente,

As 27 federações estaduais de futebol, legítimas filiadas da Confederação Brasileira de Futebol, por seus Presidentes ou representantes legais abaixo assinados, vêm, respeitosamente, manifestar sua visão unânime e consensual sobre o grave momento por que passa o futebol brasileiro.

Nos termos do Código de Ética e Conduta do Futebol Brasileiro, “todos os segmentos do futebol devem estar comprometidos com o repúdio ao racismo, à xenofobia e a quaisquer outras formas de discriminação e intolerância social, política, sexual, religiosa e socioeconômica”. Assim, o ambiente do futebol deve ser inclusivo e seguro a todos que nele atuam.

Além disso, são diretrizes fundamentais de conduta, previstas no Código, o respeito à vida, ao bem estar no trabalho, à saúde, à segurança das pessoas, observados os interesses das Federações, das Ligas, dos clubes, patrocinadores e demais entidades, bem como a organização, administração, divulgação e fomento do futebol brasileiro.

Nós, como responsáveis pela condução dos rumos do futebol em cada uma das unidades da Federação, temos o dever de garantir que esses valores sejam preservados e protegidos.

Pela história e representatividade social do futebol brasileiro, temos convicção que atos isolados não podem prejudicar a manutenção da estabilidade do nosso esporte, dos milhares de empregos gerados e do seu papel na construção da cidadania em nosso país.

O momento exige de todos grandeza. O bem do futebol brasileiro deve estar acima de quaisquer questões individuais.

Diante de todo o exposto, vimos, pelo presidente, fazer um apelo ao Sr. Rogério Caboclo, que tenha a sensibilidade de reconhecer o momento e, em prol do futebol brasileiro, renunciar ao cargo de presidente da CBF.”

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