O médico Luis Fernando Correia, que trabalhou na organização da Copa das  Confederações e da Copa do Mundo de 2014, comentou à SporTV sobre a provável parada cardíaca sofrida pelo meia/atacante Eriksen na partida entre Dinamarca e Finlândia, neste sábado, na estreia das seleções na Eurocopa. Luis Fernando, que também apresenta o canal Doc News, no YouTube, fez críticas aos procedimentos da Fifa e da Uefa para casos similares.

Luis Fernando Correia afirma que deveria haver um esquema de atendimento mais rápido à beira do campo

“Desenvolvemos um protocolo e enviamos para a Fifa para atendimento em casos como este e nada disso é seguido até hoje. Uma cena triste da queda é típica de uma morte súbita. O primeiro diagnóstico é que o coração para de funcionar por arritmia, com o cérebro não recebendo sangue. Quando ocorre isso, o corpo desliga. Quando uma arritmia é tratada com choque elétrico, a pessoa acorda, fica de olhos abertos e é necessário manter o desfibrilador ligado, pois pode ocorrer de novo. E ir para o hospital para o tratamento necessário”.

Ele explicou sobre qual o procedimento que deveria ter sido feito.

“Deveria ter um time médico à beira de campo, com pessoas treinadas para o uso de desfibrilador. A  ambulância tem que avançar logo, não interessa se tem empecilho no caminho. Somente chegaram ao  atleta o representante do time dele e o fisioterapeuta. Mas todo o procedimento demorou muito tempo.  A cada minuto perdido a chance de sobrevivência cai 10%. Felizmente ele teve uma primeira recuperação. Infelizmente, não temos até hoje uma estrutura montada para o atendimento de casos como esse no futebol”.

Luis Fernando lembra que casos como o de Eriksen não são incomuns.

“A Fifa fez uma pesquisa com as confederações e o resultado impressionou. Parada cardíaca ocorre pelo menos uma vez por mês no mundo inteiro sem notificação. Dessa vez foi na Euro, com todo mundo vendo. Mas acontece toda hora, falta preparo e o protocolo não é seguro.”

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