O jogo começou muito antes de a bola rolar, pois havia grande curiosidade em torno do comportamento de Renato Gaúcho: vai “preservar” os titulares, incluindo os que ficaram um mês descansando na maldita Copa América, ou lançar o time principal? No Sul, ele não seria cobrado, caso a coisa não funcionasse, mas (ainda) sem tal autoridade na Gávea, pôs o que havia à mão de melhor, e o Flamengo não teve problema para vencer o Bahia por 5 a 0, em Pituaçu, praticamente sem oferecer oportunidades ao adversário.

Gabriel, que passou um mês na Seleção Brasileira como reserva de Gabriel Jesus – o reserva mais inútil e dispendioso da história do Manchester City – marcou três gols, levando Tite a contar nos dedos em quanto tempo poderá desfalcar o Rubro-Negro novamente. Para que se tenha uma noção da moleza, até Vitinho marcou. Isla, outro que foi sequestrado pela valorosa competição continental, foi o melhor em campo, depois de Gabriel. Aliás, se você quer saber, o Defensa y Justicia estreou com derrota no campeonato da Argentina, 2 a 1 para o Huracán, fora de casa, utilizando oito dos 14 jogadores que enfrentaram o Flamengo.

Como é habitual, o Flamengo mantinha a posse da bola, mas se não criava, também não levava sustos, até que após 22 minutos de um time só, Nino Paraíba fez falta em Arrascaeta na área. Gabriel cobrou e fez 1 a 0. Mas como a exigência é sempre no limite, o placar era modesto, diante da superioridade. Isso, aliás, aconteceu em várias ocasiões, nos últimos meses. Aos 35, Diego, livre, teve tempo de sobra, mas bateu para a intervenção de Matheus Teixeira. Aos 40, Isla rolou para Gabriel, que tocou de canhota à direita: 2 a 0. Assim sendo, não se trata de ser viúva de Jorge Jesus, que largou o Flamengo na calada da madrugada para passar vergonha no Benfica, mas a equipe que comandava, em 2019, ali, por volta de meia hora, já teria liquidado o adversário, tal a facilidade.

A propósito, não é possível que o time da Boa Terra não fosse capaz de esboçar qualquer reação, com substituições e mudanças táticas, pois, apesar de não ter visto a cor da bola, ainda havia chance de evitar o pior. E, na realidade, Dado Cavalcanti trocou apenas um lateral por outro, e mandou o Bahia atacar, deixando, porém, muitos espaços atrás.

E o duelo ficou animado. Aos seis, Matheus Galdezani acertou o travessão. Aos sete, Gabriel entrou à vontade, bateu, e o goleiro defendeu com o pé. Ficou lá e cá. Mas como o Flamengo é mais técnico, a equipe local, entre a cruz e a caldeirinha, tomou três cartões amarelos em seis minutos, e o terceiro gol aos 17, quando Éverton Ribeiro pôs ele, Gabriel, à vontade para fazer 3 a 0.

Aí sim, o Flamengo matou o jogo, e Renato Gaúcho mexeu. Com o Bahia definitivamente entregue às traças, Vitinho, sem compromisso, como o diabo gosta, lançou Pedro, que meteu 4 a 0, em golpe de taekwondo. Como explicou o comentarista, quando Dado, o treinador, lançou novidades, Inês já estava morta. Aos 38, Vitinho – sim, ele e Gomes passavam pelo campo – meteu 5 a 0. Fim de festa.

Quanto ao MC que Gabriel mencionou, veja no Google, que está aí para tal.

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