Rafael Ribeiro/Vasco
A Série B mais difícil de todos os tempos. De fato, a previsão estava correta, com ressalvas. Difícil para quem? A presença de três gigantes do futebol brasileiros não eleva o nível do torneio. Clubes, cujas tradições são infinitamente menores, tomaram a dianteira e largaram nas primeiras colocações nas rodadas iniciais. Os dez títulos nacionais (somados) de Vasco, Botafogo e Cruzeiro parecem não surtir efeito na Segundona. Nenhum deles chega a 50% de aproveitamento na competição.
Cariocas e mineiros atravessam uma fase tão ruim que as desgraças não se resumem ao campo. Alvinegro, Cruz-Maltino e Raposa enfrentam jogos truncados na Justiça, sofrem penhoras e deixam acumular contas básicas, como luz, água e IPTU. Um prato cheio para a criação de memes na internet.
Figurantes, inclusive no futebol estadual, Vasco e Botafogo recorrem ao marketing para sobreviver. É a única agenda positiva que salva 2021.
O Cruz-Maltino liderou uma campanha histórica contra a homofobia ao colorir a sua tradicional faixa da camisa com as cores do movimento LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, Queer, Intersexo, Assexuais e +). Os fardamentos venderam como água. O clube gerou engajamento nas redes sociais e forte repercussão midiática. Ponto para o Vasco, instituição que sempre defendeu a diversidade.
O Botafogo, que abraça as mesmas causas e promove ações semelhantes, tem outra frente para alavancar o produto: a Netflix. Um documentário sobre a trajetória da Estrela Solitária na Segunda Divisão está no forno. A produção é baseada na série que acompanhou a briga do Sunderland para voltar à elite inglesa. Detalhe: o clube caiu para a C (League One). Mas o Alvinegro sabe lançar uniformes bonitos e que levam o torcedor, em uma máquina do tempo, a tempos bem mais gloriosos.
E o Cruzeiro, Jogada10? Outro clube que, nas questões mercadológicas, mostrou-se de vanguarda. A Raposa é pioneira em um tema crucial na vida dos brasileiros: os celestes foram os primeiros a pedir vacinas contra a Covid-19 para a população, em uma frase estampada na camisa, no momento em que país enfrentava escassez de imunizantes.
Vasco, Botafogo e Cruzeiro criaram campanhas publicitárias interessantes. No entanto, não há marketing melhor do que ganhar títulos, algo muito distante da realidade dos grandes da Série B-2021.
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