Mais de duas décadas separam Gonçalves de Carli. Porém, neste sábado (2), no dia do jogo contra o Avaí, os dois xerifes farão uma dobradinha de respeito no Jogada10. Na Série B do Campeonato Brasileiro-2021, com o argentino em campo, o Botafogo sofreu apenas um gol em 460 minutos e não saiu de campo derrotado. É exatamente com base neste recorte que o campeão brasileiro de 1995 destacou o papel do camisa 3 no atual elenco do Glorioso.
“A grande virtude do setor defensivo é a liderança do Carli. Sua importância para o elenco é gigantesca. Nos jogos que ele pôde participar, a equipe apresentou uma boa organização defensiva. Sempre que estará em campo, a segurança para o setor será maior, além de um jogo aéreo muito forte. Ele consegue compensar a idade e a falta de velocidade com um bom posicionamento. O Carli tem sido fundamental na arrancada do Botafogo no segundo turno. Ele exerce uma liderança dentro e fora de campo”, constatou o ex-jogador, ao J10.
Além do título brasileiro de 1995, Gonçalves conquistou dois Estaduais (1990 e 1997) e um Rio São-Paulo (1998) pelo Botafogo. Em três passagens, o ex-zagueiro honrou o manto. Campeão carioca em 2018, como herói, Carli aparou algumas arestas com o clube e retornou neste ano para provar que o terreno defensivo tem dono. Mas ele não tornou-se uma unanimidade de uma hora para outra, principalmente, quando Marcelo Chamusca era o treinador.
“Desde o início do ano, quando ele estava no banco de reservas e sem jogar no Estadual, eu cobrava a presença dele em algum daqueles jogos do Carioca, para que nós pudéssemos ver se estava em condições de ajudar a equipe no Campeonato Brasileiro, que é a competição mais importante do ano. Ele passou, praticamente, todo o Estadual no banco de reservas, sem entrar nas partidas. É claro que existe a preocupação com aspecto físico, mas eu não entendia o porquê do Chamusca não colocá-lo”, lembra Gonçalves.
Conhecedor como poucos da retaguarda do Botafogo, o ídolo sabe que Carli não está sozinho na missão de liderar a tropa defensiva.
“O Enderson (Moreira) armou muito bem a equipe defensivamente. Lógico que, quando menciono o setor defensivo, não são apenas os zagueiros, mas, sim, o sistema como um todo. Então, tem a proteção na frente da zaga dos dois volantes, Oyama e do Barreto. A lateral esquerda, principalmente, mudou bastante, mas a equipe se vê muito compacta quando não tem a posse de bola, se fechando para recuperá-la rápido e, posteriormente, fazer a transição ofensiva”, explicou o ex-zagueiro.
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