Santos

Homem de confiança do presidente do Santos, Coronel Pimenta expõe novos rumos na base

Edson Pimenta ao lado de Edinho, técnico da equipe sub-23 – Divulgação/Santos

Desde que assumiu a presidência do Santos, no dia 29 de setembro, Orlando Rollo tem feito uma série de mudanças no clube. Entre elas, está uma completa reformulação nas categorias de base. O mandatário avaliou que, ao invés de projetar talentos, ela estava sendo utilizada como cabide de empregos. Assim, trouxe o Coronel Pimenta para gerenciar os Meninos da Vila.

Há 39 anos no mundo do futebol, Edson Pimenta acumula passagens vitoriosas em sua carreira. Começou como preparador físico da equipe sub-20 da Portuguesa ainda no ano de 1981. No clube, foi e voltou muitas vezes e chegou ao cargo de treinador do time principal, pelo qual conquistaria a Série A2 do Paulista, em 2013.

“Fui coordenador de base e revelamos alguns bons jogadores como Sinval e Dener. Depois, coordenador de futebol profissional, onde revelamos Fabrício, Zé Maria, Zé roberto e, mais recentemente, Ricardo Oliveira, e em 2013, o Bruno Henrique, que se destacou no Palmeiras e está na Arábia Saudita. Na CBF, me especializei com um curso de gestão e estou, a convite do Rollo, no comando da base, conversando com os treinadores e orientando os meninos. Sempre revelei bons jogadores onde passei. No Palmeiras, não tinha uma safra muito legal, no Corinthians, ajustamos o Silvinho, lateral esquerdo, passei ainda pelo Bahia, onde tirei da base o Daniel Alves e o Cícero. Nossa caminhada sempre foi dessa forma, mesmo fora do país, onde trabalhei na Arábia Saudita,  no Al Hilal quanto no Al-Ittihad, levando alguns atleta da base para a seleção local”, contou exclusivamente ao J10.

Para ele, é necessário que clube não forme apenas bons jogadores. Formar homens, pessoas de caráter, também é uma obrigação que o clube precisa abraçar.

“Gosto de falar categorias de formação e não de base. Antes do atleta, temos que formar o homem, acompanhar o extracampo, o trabalho escolar para ensinar tudo que, as vezes, falta em casa. Cabe ao clube, como atividade social educar esses meninos, queremos revelar o máximo de talento. Com uma venda para o futebol europeu e paga-se todo investimento feito na base. Esse ciclo que a gente se propõe a fazer e eu vim imbuído desse propósito. Temos que acreditar hoje para que amanhã sejam homens de caráter e um atleta de alto nível, isso que torna o trabalho de base é gratificante”, completou.

Proximidade com Rollo

Além de destacar o currículo de Pimenta em sua entrevista coletiva, o presidente Orlando Rollo falou sobre a proximidade que tem com o novo gerente da base do Peixe. E o homem responsável pelos Meninos da Vila contou como veio o convite para o cargo.

“Conheci o Rollo na CBF, pois ele também era aluno no curso. A gente estreitou a amizade, pois estávamos muito próximos para realizar os trabalhos propostos. Fizemos projetos importantes, na parte de marketing, finanças, gerenciamento de pessoas… E isso foi muito importante. Por isso, ele convidou. Me disse que estava na expectativa de assumir a presidência e contava comigo caso isso acontecesse. Respondi positivamente, pois o Santos é um clube de renome mundial e a grife Meninos da Vila, conhecida em todos os lugares. É uma honra muito grande estar comandando todas a base”, avaliou.

O novo dirigente santista também detalhou o pedido do presidente. Além de acabar com “ jogadores de empresário”, ele espera que jovens talentos de todo o país tenham chance na equipe.

“Essa é a nossa proposta, captar novos talentos para o futebol do Santos, da forma que o Rollo colocou na entrevista dele. Não precisamos ter muito esforço para isso percorrer o Brasil, por que jogadores de todos os estados querem vir para cá fazer o trabalho de formação. É questão de organizar, orientar para que eles mostrem suas qualidades. Estamos em uma pandemia, então, estamos tomando algumas medidas cautelares. Os meninos tem que vir com toda documentação e os atestados e estar habilitados. Já me ligaram de todos os Estados, oferecendo atletas de todas as faixas etárias e estamos procurando equacionar. Procurar em Santos ou alguém que veja esses jogadores na cidade em que estão para dar um diagnóstico. Quando se trabalha com atletas 15 e 16 anos, há uma oscilação grande. Então, se você tira um menino desses da cidade natal, do convívio da família, ele pode sentir demais e não apresentar todo talento. Não podemos trazer para cá sem suporte familiar. Se você traz um menino nessa faixa etária, em uma cidade como Santos, a exigência e a cobrança são muito grandes e muitas vezes a resposta não é compatível com o que se espera”, ponderou.

Situação atual

Conhecido por sempre revelar grande nomes ao futebol brasileiro, o Santos lançou, “somente” nos últimos 10 anos, Neymar, Rodrygo, Gabigol, entre tantos outros. Por isso, Pimenta avalia que sua missão é dar sequência as boas safras e buscar aumentar ainda mais o número de talentos promovidos.

“A gente tem que continuar nessa linha, na orientação desses últimos anos de glória do Santos. No futebol do Brasil, o Santos é um dos que mais revela talentos, principalmente para o futebol mundial. Ao lado de Flamengo, Atlético Mineiro, Internacional, o Santos é uma das grandes escolas do Brasil que revela demais e dá condição de promover os jogadores. Atualmente, o Ângelo, com 15 anos está entre os profissionais. É difícil encontrar isso, não são todos treinadores que se aventuram a fazer isso e não é toda categoria de base que oferece essa condição ao treinador. Eu venho com o propósito de continuar e até tentar melhorar isso, projetar, quem sabe, quatro ou cinco atletas de alto nível”, declarou.

O atual elenco santista conta com 31 atletas, sendo 18 deles provenientes da base. Fato que também foi aprovado pelo novo gerente.

“Esses meninos que estão com o Cuca eu tive pouco contato, tenho mais com o pessoal do sub-23, sub-20, sub-17. Assim sendo, tenho visto mais visto mais em jogos do pelo que acompanhamos no dia a dia. São jogadores talentosos, caso não fosse assim, não estariam com o Cuca. O clube vive um momento difícil, onde não pode contratar por imposição da Fifa. Como alternativa, o Cuca aproveitou esses meninos da base que estão dando uma resposta legal, como a gente espera. Que ao chegar no profissional, estejam preparados para qualquer atividade”, finalizou.

Editor Jogada 10

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