Enquanto os pentacampeões mundiais preferem manter distância de Pelé, assim como os tetracampeões (à exceção de Mauro Silva), o ex-meia Afonsinho encarou uma longa jornada para se despedir do Rei, na Vila Belmiro. Aliás, foram mais de sete horas de viagem de ônibus do Rio de Janeiro a Santos, local onde, além do velório, também houve o sepultamento da Majestade do Futebol.
Aos 75 anos, Afonsinho descreveu a sua emoção ao prestar sua homenagem a Pelé, que morreu na última quinta (29), em decorrência de complicações provocadas por um câncer de cólon.
“Eu não tive coragem de ver o Pelé doente. Fiquei dias e dias, como todo mundo, suspenso no ar com a situação da doença do Pelé, mas, em cima da hora eu vim tocado por essa emoção. Agora, não resisti de dar o último adeus. À noite, na última hora resolvi pegar um ônibus e vir. Caso contrário, me incomodando muito tempo”, disse Afonsinho, em entrevista ao canal “ESPN”.
Na Vila Belmiro, Afonsinho esteve ao lado de André Souza, presidente do Conselho Fiscal do Botafogo. Deste modo, os dois representaram o Glorioso. Além do clube carioca, São Paulo, Palmeiras e, obviamente, o Santos também tiveram seus representantes na despedida do Rei.
PELÉ, ALÉM DO CAMPO
Na sequência, Afonsinho comentou sobre a importância de Pelé fora das quatro linhas, como ministro de Estado.
“Pelé, em termos de imagem, é o máximo que se atingiu. Especialmente para nós, jogadores de futebol. Ele valorizou nosso trabalho à expressão mais alta. E, pessoalmente, a coisa que marcou mais fora do campo a atuação do Pelé, como ministro do Esporte, foi quando ele levou à frente e, principalmente, não mediu esforços para abolir o passe no futebol brasileiro. Essa, então, foi a nossa melhor tabelinha”, frisou.
Craque do Botafogo nos anos 60, Afonsinho tornou-se o primeiro atleta do país a ganhar o direito ao passe livre, na Justiça. Neste sentido, o direito só foi concedido quando Pelé era ministro extraordinário do Esporte, em 1998, com a chamada “Lei Pelé”.
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