Durante muito tempo, nesse amargor de dias de luta, foi o futebol que nos suavizou o peito das revoltas que sentíamos. Hoje, pertinho de mais um fim de ano de batalhas, perdemos o grande Jair Bala, craque do América, craque da bancada da vida, craque de ser humano Além de ter jogado com Pelé e inúmeros talentos “acima da média”, Jair era o sorriso de um tio que temos saudade, era o abraço de um avô que já se foi, era doce como o respeito que se tem por alguém que se gosta tanto, mesmo que, talvez tenha escolhido outras cores que nos trouxeram em dado momento, alguns dissabores.
Jair Bala, uma lenda
Jair se tornou “Jair Bala” depois que um projétil o atingiu ainda na infância. Porém, o amargor nunca ficou no seu olhar. Atacante hábil, rápido e técnico, Bala se tornou a referência do América, mas também marcou seu nome no Flamengo, Botafogo e Santos de Pelé. No entanto, a sua vida foi muito mais que um currículo bem-sucedido de histórias de “boleiro”. Jair, com quem tirei uma foto há tempos no Troféu Telê Santana, sem me conhecer, foi gentil e cortês. O contrassenso ali foi que ele, naquele momento, precisava mais da minha gentileza de abrir espaço para a sua cadeira de rodas do que eu de receber seu carinho. Jair Bala foi um ser humano ensolarado, musical. Na bancada da TV Alterosa (SBT Minas), a qual faço minhas humildes participações atualmente, não tivemos o prazer de nos encontrar. Mas saiba de uma coisa, Mestre: “quando a gente é mais que uma câmera ligada ou desligada, quando se é autêntico, o “tipo” não se faz em máscaras, a essência se faz linda em cada recorte, em cada amanhecer ou anoitecer, para quem estiver ali presente, a qualquer hora.
Hoje anoiteceu ainda na claridade, mas amanhã a sua luz se dará em memória. A passagem dói, mas a “Bala” do Jair é doce, teve lastro, teve respeito pelas diferenças, tem história e como um bumerangue … Recebe o nosso carinho de volta! Obrigado, Jair Bala!
Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook
Comentários