Roberto Assaf

Jesus virá?

Não há nada mais cansativo neste fim de ano. “Afinal, Jesus vem ou não vem?” É impossível caminhar pela rua sem ser questionado. Há quem acredite, em outra esfera, que isso seja provável. Quanto ao âmbito do futebol, porém, e como se sabe, tudo é possível. E como os próprios cartolas do Flamengo não têm a resposta, costumo responder que o técnico ainda não decidiu porque está bolando um meio de perder três títulos em cinco meses com toda a estrutura favorável, incluindo muito dinheiro.

Como não é muito fácil fazê-lo, embora Renato Gaúcho – e a sua diretoria – tenham alcançado essa glória, talvez o português chegue à conclusão que não vale a pena voltar. É preciso levar em conta o fato de Jesus ter conhecimento que o ex-treinador desconstruiu o futebol do clube, e que com o material que há por lá hoje não será uma tarefa tão simples renová-lo.

Há jogadores em fim de carreira, outros que terão dificuldade para os médicos recuperarem, e é evidente a turma que vem da base não tem bola para titular, ou seja, não existem peças de reposição. Pois é. O técnico que pretende ter a coragem de assumir o Flamengo deve saber que encontrará muito do quase nada. E que é pouco provável que o futebol do clube consiga disputar algum título em 2022. E que com resultados ruins não esquentará lugar.

Este é o cenário que Jesus enxerga de Portugal. Logo, se for um sujeito consciente não sairá de lá. E que só o fará se não resistir a uma proposta que envolva um caminhão de formidável de dinheiro, que valha o risco, ou até a certeza de algum possível vexame. O rubro-negro racional, e que conhece o que é o Flamengo, tem a certeza que o time não vai ganhar nada no ano que entra.

A propósito, não há nada mais cansativo nesta coluna. Ninguém aguenta mais este jornalista dizer que o Flamengo perdeu três títulos em cinco meses com toda a estrutura à disposição, envolvendo muito dinheiro, salários fantásticos rigorosamente em dia, um time de futebol que foi 13 vezes campeão em dois anos, uma torcida formidável que põe 60 mil pessoas no Maracanã em todos os jogos e uma tradição extraordinária de conquistas.

A propósito, Renato Gaúcho – e a diretoria que contratou o técnico e o manteve no cargo – têm a fórmula. E como no futebol tudo é possível, como dito, quem sabe Jesus, em busca do caminhão de dinheiro, e de um já nostálgico passado de glórias, resolva fazê-lo. Seria, porém, de uma irracionalidade formidável se tomasse tal decisão.

*As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Jogada10.

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Flávio Almeida

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