Em entrevista ao podcast “Nos Armários do Vestiário”, do GE, o volante Elyeser, do Santa Cruz, revelou ter sofrido homofobia e ter sido boicotado por dirigentes de 50 clubes nos últimos anos. Em 2017, o jogador gravou um vídeo cantando Marília Mendonça, e desde então a sua carreira nunca mais foi a mesma.
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Na época, Elyeser estava de férias. Ele gravou um vídeo cantando um dos sucessos da cantora Marília Mendonça e enviou em um grupo dos jogadores do Goiás – o seu clube na época. Desde então, foi vítima de boicotes de dirigentes homofobicos e chegou a ficar oito meses sem jogar, além de ter sido afastado algumas vezes.
“Fiquei oito meses sem jogar. Cheguei a pensar em jogar de graça ou em parar de jogar. Cheguei a escutar de presidente e diretor: “Não vamos trazer o Elyeser porque vai chegar a um determinado momento de clássico em que os torcedores rivais, se ganharem, vão pegar esse vídeo”. Não era pelo lado técnico, era esse o empecilho”, afirmou.
Elyeser afirma ser heterossexual. Mesmo assim, sofreu rejeição com o vídeo gravado em 2017. No ano passado, foi contratado pelo Paysandu, em fevereiro. O vídeo viralizou entre os rivais em abril. No mês seguinte, em maio, foi afastado e treinou separado por quatro semanas, até rescindir o contrato.
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“Por causa de um vídeo. Não vem ao caso se é uma brincadeira ou não. O fato é que, pelo vídeo, praticamente todas as portas se fecharam no futebol. Eles (os dirigentes) não queriam analisar o jogador Elyeser. Isso foi o que mais me chocou. Diziam apenas que não contratariam homossexual”, revelou o empresário do jogador, Diogo Pinheiro.
“Perdi as contas de quantos times. Foram mais de 50. Da Série B, foram 17. Mesma coisa na Série C. Mais alguns da Série D fecharam as portas. Inclusive clubes que só jogavam o estadual. Em praticamente todos a resposta foi a mesma”, completou o empresário.
Entretanto, neste ano o Santa Cruz, atualmente na Série D do Brasileirão, abriu as portas. O jogador e o empresário tiveram medo do negócio melar, mas o ex-treinador do clube, Leston Júnior, bancou a contratação.
“Essa história do vídeo prejudicou muito. As pessoas julgam por um vídeo, não pelo o que eu apresento em campo? Eu acho que é aí que está o erro. Acho que é aí o grande problema”, finalizou o jogador.
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