Jogador troca a seleção de handebol pela de futebol em apenas 10 meses!

Em janeiro, Hilmar Leon Jakobsen viu-se obrigado a deixar de lado o que mais gostava de fazer. Jogador da seleção de handebol das Ilhas Faroe, um pequeno arquipélago localizado no gélido Atlântico Norte, entre a Escócia e a Islândia, ele, assim como seus colegas de time, tiveram que ir para casa. Era a pandemia do Covid, que impôs o fechamento de ginásios em seu país.

Mas Jakobsen não queria ficar parado. Foi para os campos de futebol. Por ser praticado a céu aberto, a modalidade estava liberada. Com o intuito de apenas manter a forma física, Jakobsen começou a treinar com a equipe reserva do HB, um dos grandes clubes da liga local.

“Marquei dois gols na minha estreia e de repente o treinador principal entrou em contato comigo”, disse Jakobsen em entrevista ao canal britânico de TV BBC. O treinador era Jens Berthel Askou, zagueiro que chegou atuar no Campeonato Inglês.  E Askou acertou na mosca. Jakobsen marcou 12 gols e ainda deu cinco assistências em 17 jogos, ajudando a equipe a conquistar o título com folga.

No dia 7 deste mês, após um empate em 1 a 1 com o KI, Jakobsen recebeu a notícia que mudaria de vez o rumo de sua carreira como atleta. “O treinador entrou no vestiário, pediu a todos que ficassem quietos e anunciou que eu havia sido convocado para a seleção nacional”, lembra Jakobsen.

A vida ainda lhe reservou uma coincidência e tanto. Em janeiro deste ano ele enfrentou a Lituânia como jogador de handebol, pelas eliminatórias do Campeonato Europeu. No último dia 15, ele estreou pela seleção de futebol, e mais uma vez diante da Lituânia, pela Liga das Nações.

Carreira retomada

O futebol, no entanto, não é uma novidade para Jakobsen. Ele atuou até os 17 anos, quando foi aconselhado pelos médicos a mudar de esporte depois de uma cirurgia complexa na bacia. Jakobsen era considerado um menino prodígio no futebol e fez sua estreia na Primeira Divisão local pelo HB aos 16 anos, em 2013.

No handebol, ele vestiu a camisa do H71, a principal potência na modalidade em seu país. “Fui chamado para a seleção nacional sub-20 e mais tarde fui convocado para a principal”, afirma Jakobsen, que ajudou seu time a conquistar três campeonatos nacionais e duas copas da liga.

“Meu objetivo agora é jogar no exterior. Sonhava com isso quando criança e posso pensar nisso novamente. Talvez Dinamarca, Suécia ou Noruega e depois ir para uma liga ainda maior”, sonha Jakobsen.