Brasileirão

Jogo contra o Inter marca reencontro de Abel Braga com o Vasco

Vasco da Gama e Abel Braga irão se reencontrar neste domingo (14), em jogo que vale muito para ambas as equipes no Campeonato Brasileiro. Ambos começaram a temporada de mãos dadas e podem terminá-la de maneira absolutamente opostas. E, certamente, um vai atrapalhar os planos do outro.

Para entendermos melhor, voltemos à dezembro de 2019. O Vasco via seu maior rival Flamengo ser campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em menos de 24h e a torcida resolveu se mexer. Iniciou-se um plano de associação em massa que fez o time carioca tomar conta dos noticiários ao pular de 30 mil sócios (aproximadamente) para mais de 180 mil torcedores pagando mensalidade, ficando atrás apenas de quatro times no mundo inteiro.

Na semana seguinte a este feito, Abel Braga foi anunciado como treinador para a temporada 2020. Após Vanderlei Luxemburgo terminar o ano em alta e não chegar a um acordo pela renovação, Luxa se despediu e foi treinar o Palmeiras, fazendo com que Alexandre Campello, então presidente do Vasco, buscasse algum nome de impacto no mercado. Com pouco dinheiro em caixa, a única solução que restou foi buscar Abelão, técnico respeitado por sua história no Vasco e no futebol brasileiro, mas que vinha com trabalhos abaixo do esperado recentemente. Ambos até brincaram em sua coletiva de apresentação sobre a dificuldade do clube carioca em pagar salários: “Não sei quando, mas vamos pagar”, brincou o então presidente.

Mas, para a surpresa de poucas pessoas, o trabalho não engrenou. Com poucos reforços e um time sem muita identidade, Abelão sofreu para passar de times mais humildes tanto na Copa do Brasil, quanto na Sul-Americana. Na copa nacional, passou na primeira fase pelo Altos-PI apenas pela regra da vantagem do empate para a equipe visitante. Na fase seguinte, sofreu demais para bater o fraco ABC-RN por 1 a 0 no Maracanã. Já na competição internacional, em dois jogos muito fracos de sua equipe, passou por 1 a 0 no placar agregado contra o Oriente Petrolero (BOL). Todos os gols dos jogos citados foram marcados por Cano, provando que o camisa 14 era um ponto fora da curva no pobre elenco Cruz-maltino.

Mas a situação no Campeonato Carioca era tão dramática que Abel Braga não resistiu à terceira derrota em três clássicos e à eliminação em ambos os turnos do contestado torneio estadual. Além disso, deixou o clube em desvantagem na Copa do Brasil após perder em São Januário para o Goiás no jogo de ida. Sua demissão se deu no dia 16 de março, logo no começo da pandemia do novo Coronavírus.

Após mais um fracasso em time grande (havia feito trabalhos contestados em Flamengo e Cruzeiro antes do Vasco), parecia que a carreira de Abelão não teria mais grandes momentos. Errou e errou feio quem pensou nisso. Porque uma reviravolta surpreendeu o mundo da bola ao ver o técnico Eduardo Coudet deixar o líder Internacional rumo à Europa. Em meio a especulações sobre quem o Colorado contrataria para seu lugar, surgiu Abel, contradizendo os especialistas que, apesar de terem ciência do respeito que o técnico de 68 anos possui no Beira-Rio, até por ter conquistado os dois títulos mais importantes da história do clube: Libertadores e Mundial, ambos em 2006, não imaginavam que a equipe gaúcha voltaria suas atenções a Abel.

Com um início de trabalho que não manteve o nível de atuação do time comandado pelo argentino, o prognóstico era de que o Inter sairia da briga pelo título brasileiro. Em meio a atuações ruins e queda de rendimento de jogadores importantes para o Colorado como Thiago Galhardo, vieram as eliminações na Copa do Brasil, para o modesto América-MG, e da Libertadores, para o Boca Juniors (ARG).

Porém, exatamente após a queda na competição continental, o Inter de Abelão viria a engatar uma sequência que o credenciaria ao posto de favorito na luta pelo Brasileirão: foram nove vitórias seguidas após o desastre de La Bombonera, um empate e somente uma derrota – na última rodada contra o Sport.

Abel Braga em treino do Internacional. Foto: Ricardo Duarte/Internacional

O lado do Vasco após Abelão

Quando Abel deixou o Vasco, seu auxiliar Ramon, ex-jogador e ídolo do clube, assumiu o cargo de técnico e deu início ao chamado ‘Ramonismo’. Com ele, foram duas vitórias seguidas no Cariocão (onde o time já se encontrava eliminado), além da recuperação da desvantagem na Copa do Brasil sobre o Goiás, mesmo fora de casa, e a liderança do Brasileirão com três vitórias nos três primeiros jogos. Era uma verdadeira lua de mel vivida por técnico e torcida, que já nem se lembrava de Abel Braga. Porém, o que se viu foi um castelo de cartas.

Após essa fase maravilhosa, o Vasco adentrou num período obscuro e passou a perder jogos em profusão, fazendo com que Ramon fosse demitido ainda na 14ª rodada do Brasileiro. Então, chegou alguém que teve um trabalho ainda pior que seus antecessores e não deixou nenhuma saudade em São Januário: Ricardo Sá Pinto. O português venceu apenas duas partidas no Campeonato Brasileiro e viu sua equipe ser eliminada em casa pelo modesto Defensa y Justicia na Sul-Americana.

Antes que o caldo entornasse, a diretoria, que vivia uma crise política sem precedentes com tantos problemas em meio às polêmicas eleições para presidente, optou pela ruptura com o europeu e uma aposta em alguém conhecido, repetindo a temporada anterior: Vanderlei Luxemburgo estava de volta ao Vasco para, mais uma vez, tentar evitar novo rebaixamento do Cruz-maltino no Brasileirão. Enquanto isso, Abel Braga faz contas e procura o título brasileiro com o Internacional.

Agora, ambos medem forças em São Januário, estádio em que Abelão deu o pontapé inicial na temporada 2020. No domingo (14), o Vasco busca, de maneira desesperada, fazer pontos, pois se encontra na zona do rebaixamento a três rodadas do fim da competição. Já o Inter de Abel é líder, busca ampliar a vantagem para tentar ser campeão já na próxima rodada, na ‘final’ contra o Flamengo.

O que se sabe é que um atrapalhará o outro: se o Cruz-maltino ganhar, o Colorado pode perder a liderança no mesmo dia, visto que o Rubro-negro, vice-líder, o ultrapassaria em caso de vitória contra o Corinthians, em jogo que acontece no mesmo horário. Se, por outro lado, a vitória for do Internacional, o time gaúcho se aproxima do título e faz com que o Vasco fique respirando por aparelhos, secando os adversários próximos ao Z4. O empate é ruim para os dois. Para os mandantes, porque desperdiça dois pontos em casa e pode ficar mais afundado ainda na zona de rebaixamento dependendo dos resultados da rodada. Para os visitantes, por dar chance ao Flamengo ultrapassá-lo ainda no domingo.

E aí, Joganauta: quem levará a melhor? Vasco ou Abel Braga? Façam suas apostas.

 

Editor Jogada 10

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