Botafogo

Jorge Braga fala sobre ação judicial contra o Botafogo: ‘Tomei um calote de proporções bíblica’

Pela primeira vez após acionar o uma ação judicial contra o Botafogo SAF, o ex-CEO do clube Jorge Braga se pronunciou. Em entrevista ao “Globo Esporte”, Jorge explicou o motivo pelo qual entrou na Justiça contra o clube-empresa. Segundo ele, sofreu um “calote de proporções bíblicas”.

“Esse é o motivo da minha ação. Eu tomei um calote de proporções bíblicas. Daqueles de envergonhar antigas práticas amadoras. O que aconteceu? Antes de a gente celebrar todos os documentos, eu tinha direito no meu contrato a uma bonificação, pela reestruturação, por tirar um clube que valia menos centenas de milhões para uma venda de mais de bilhão. E é um percentual pequeno, menos do que média de mercado, mas que chama atenção porque o crescimento de valor foi muito grande. Ninguém esperava que a venda do Botafogo fosse desse patamar. Como é possível uma transação desse tamanho? Foi porque o Botafogo estava saneado, estruturado, estava na Série A, crescendo receita”, explicou Jorge Braga.

Jorge Braga, ex-CEO do Botafogo, no Estádio Nilton Santos – Vitor Silva/Botafogo

“Então, no final do trâmite, antes de a SAF ser transacionada, o John me fez a seguinte proposta. “Jorge, eu entendo o contrato, as suas cláusulas, mas eu preciso de um desconto de 70% do valor que você tem a receber, e eu vou te pagar em três anos, sem juros e sem correção monetária, pela transação, pela recuperação, pela conclusão do negócio, e você segue comigo como CEO. A gente mantém seu contrato nas mesmas condições com o Botafogo. Você aceita?”. Imediatamente, eu aceitei. Então, veja. 70% de desconto, em três anos, sem juros. Eu disse para ele: se é isso que você precisa, e você vai honrar, então eu aceito essa sua proposta. A partir daí, o que foi prometido nunca aconteceu.”, completou.

Dificuldade em falar com Textor

No entanto, apesar do acordo com Textor, Jorge Braga afirmou que não recebeu nada durante três meses. Assim, ele tentou entrar em contato com o investidor norte-americano. Entretanto, não obteve sucesso.

“Eu mandei um e-mail, né? Porque é difícil falar com o John, nem sempre ele retornava, semanas sem responder, pedindo, dizendo que estava preocupado com o futuro, o que está acontecendo. No dia seguinte, ou dois dias depois, eu recebo uma carta da SAF dizendo: “olha só, vou pagar aqui um pedaço do teu contrato de CEO.” Um pedaço que não é todo. Assim como o jogador tem um contrato com salário, bicho, prêmio, bônus, luva, o salário de executivo no mundo corporativo, com a minha experiência e o meu tamanho, também tem outras variáveis que não só o fixo”, afirmou.

“Então eu vou pagar um pedaço do seu fixo e não reconheço mais nada que foi celebrado com você”. Cara, e aí, a minha vida foi ficando muito complicada depois desse e-mail. Se a tua pergunta é “por que eu entrei com uma ação?”, é porque eu não tive alternativa. Eu durante seis meses, primeiro sozinho, depois com ajuda, eu pedi ajuda aos estatutários, ao presidente do Deliberativo, ao Durcesio, ao presidente do Conselho Fiscal, nos últimos meses com os advogados, para tentar compor uma solução amigável e não consegui”.

Outros trechos da entrevista

“Me senti assediado, humilhado”

“A minha percepção é de que o processo foi desnecessariamente dessa forma. Eu me senti assediado, humilhado. De verdade, numa das muitas reuniões que eu tentei acertar isso com o John, ele me disse: “se você sair e entrar na Justiça para cobrar o que você acha que tem direito, você vai colocar a tua reputação em risco, o teu legado em risco”. Então, ainda tinha essa ameaça velada, no meu entendimento, de atacar minha reputação, se eu simplesmente cobrasse o que foi repactuado com 70% de desconto, pago em três anos, sem juros e correção monetária. Eu também tenho muita dificuldade de entender.”

Patrocínio com a Blaze

“Todas as grandes transições, a negociação de liga, a reunião em São Paulo, a reunião em que o Botafogo entrou na Libra, fui eu que orquestrei, enderecei, viabilizei. Outros, por exemplo. O patrocínio da Blaze. Em maio, o Lênin apresentou, e apesar de na época a colocação do John era de que não queria ter uma betting [casa de apostas], porque o Crystal Palace não tinha, porque não era bem visto, nós apresentamos uma proposta de R$ 15 milhões de patrocínio, que foi rejeitada. Curiosamente, dois meses depois, foi aceita. Não sei por quais valores, mas foi aceita. Todos os momentos importantes de esforço, comprometimento, receita, transação, eu estive presente.”

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Lucas Bayer

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