Seleção Brasileira

Juninho Paulista detalha regalias de Neymar na Seleção

Principal jogador do futebol brasileiro nos últimos dez anos, Neymar lida, constantemente, com críticas sobre a sua personalidade. Para muitos, algumas posturas extracampo do jogador podem influenciar em seus desempenhos em campo e no seu relacionamento com seus companheiros. Mas, no caso da Seleção Brasileira, essas críticas não procedem. Quem garante é Juninho Paulista, ex-coordenador de seleções.

Em entrevista ao “ge”, Juninho Paulista detalhou as regalias de Neymar no convívio da Seleção, mas garantiu que o jogador era cobrado assim como os outros. Além disso, disse que as suposições de que Neymar mandaria no time e que era protegido por Tite são mentirosas.

“Todas (críticas) mentirosas. O Neymar olha o Messi na seleção argentina com regalias. Ele olha o Cristiano Ronaldo na seleção portuguesa com algumas regalias. E aí ele vem para a seleção brasileira e é humanamente normal, porque está no nível desses jogadores, que tente algum tipo de regalia. Por ser tecnicamente o melhor jogador do Brasil. Só que aí cabe a nós mostrarmos a ele que algumas situações que não prejudiquem, ok. Outras, não. Na maioria dos casos, ele vai fazer o que fazem todos os jogadores”, disse Juninho Paulista.

Juninho Paulista detalha regalias de Neymar na Seleção – Foto: Divulgação/CBF

“Foi assim que o Felipão fez com o Ronaldo em 2002. Era uma referência técnica também para o grupo. E o Neymar entendeu perfeitamente, zero problema. Coisas bobas que não prejudicariam a gente”, completou o ex-jogador.

Amigos no hotel

Neymar sempre está acompanhado de seus amigos próximos quando não está servindo ao seu clube. Mas, segundo Juninho, em período de Copa do Mundo, os jogadores não podem levar seus amigos para o hotel. Assim, o ex-coordenador técnico também ressaltou que não houve problema disciplinar na Seleção com nenhum jogador.

“Não, isso é uma das coisas que não podiam. Cara, você está 30 dias ali focado naquilo que você tem que fazer. Houve a permissão de familiares no momento certo, não em todo momento. Foi uma coisa que eles observaram em 2018 e que não deu tão certo e a gente mudou. Mas em termos disciplinares foi zero, Neymar, como qualquer outro jogador, foi zero de problema disciplinar. Isso é muito mérito nosso também. A geração é diferente da anterior, é diferente da minha, não é ‘não porque não’. Tem que ter embasamento”, explicou.

Neymar durante partida do Brasil na Copa do Mundo do Qatar – Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Nós tínhamos várias dinâmicas, de ouvir um pouco esses atletas. O Neymar era um dos que mais falavam. Sempre tentou incentivar, mostrar aquilo que ele pensava, nessas reuniões no vestiário também. Claro que ele é muito mais um líder técnico, mas ele consegue também essa liderança fora de campo”, disse Juninho em outra parte da entrevista, sobre a importância do Neymar entre os jogadores.

Veja outras respostas de Juninho Paulista

Planos para o futuro

“No momento eu não estou pensando em trabalho. Eu quero dar uma respirada. Encerrei minha carreira, já peguei o Ituano na sequência, sendo administrador, foram dez anos seguidos no Ituano e os primeiros anos me exigiram muito mais tempo. Trazendo pessoas da minha confiança para o clube consegui ter um pouco mais de tempo. E aí vim para a CBF, mudei para o Rio, fiquei sozinho no Rio durante todo esse período. Foi um período bem sacrificante, agora eu quero ter um tempinho para mim. Estar mais próximo da família.”

Derrota para a Croácia na Copa do Mundo

“Foi uma situação muito difícil. Eu ainda tinha outras preocupações, de ver como a gente iria fazer a organização dali para a frente. Mas a comissão técnica estava só tentando enxergar o que aconteceu. Iniciamos bem a Copa, tivemos alguns problemas durante a primeira fase. A gente tinha programado poupar os atletas contra Camarões, e aí chegou bem nas oitavas. O Neymar chegou bem, a volta do Danilo… E no jogo das quartas, a Croácia nos surpreendeu.”

Confiança de Tite com Vinícius Júnior

“Acho que o Tite foi ganhando confiança aos poucos no Vinicius. Falava muito em amadurecimento. Eu acho que o processo do Vinícius na Seleção foi o que ele teve no Real Madrid. Foi ganhando confiança aos poucos, como no Real. Lá, ele sofreu muito no início, não estava bem, não jogava do jeito que ele estava jogando e do jeito que ele joga hoje. Às vezes, fazia um jogo bom e fazia um jogo ruim.”

Tite durante conversa com Vini Jr na Seleção – Foto: Lucas Figueiredo/CBF

“Eu acho que na Seleção foi o mesmo processo. Chegou não se destacando tanto, foi ganhando espaço, ganhando a confiança do Tite, sendo um pouco mais regular, entendendo um pouco mais a ideia de jogo. Eu lembro que o Tite conversava bastante com o Ancelotti nesse aspecto, principalmente quando ele começou a se destacar no Real. Conversava para poder repetir o posicionamento e as funções na Seleção.”

Convocação de Daniel Alves

“Foi um tema bastante discutido. Nas primeiras viagens, o Fábio Mahseredjian (preparador físico) e o Guilherme (Passos, fisiologista) se assustaram com a performance do Daniel. Tanto que ele não foi convocado nessas duas convocações antes da Copa. Por conta da performance, da forma física dele, então foi falado para ele. Desde então, o Dani fez tudo aquilo que nós sugerimos, da parte fisiológica e física. Mas foi realmente uma discussão grande em torno dele. Na nossa avaliação, ele merecia a convocação. Eu acho que também um pouco por falta de concorrência nesse nível. Acho que também pelo que ele representava, para os atletas e para a Seleção, pela resposta que deu quando estava mal. Então, a minha opinião final era de que deveríamos convocar.”

Acerto e espera por Ancelotti

“É até complicado, porque talvez eu possa ser mal interpretado pelas pessoas, até pelo próprio presidente, às vezes se torna um pouco antiético eu falar tendo esse conhecimento de estar lá. Mas acho que é importante dar uma opinião e sem críticas nenhuma. Não é fácil, a situação do Ednaldo para a escolha de um treinador não é fácil.”

CBF tem acordo verbal com Ancelotti – Foto: David Ramos/Getty Images

“Se eu tivesse naquela cadeira, eu também não teria uma convicção. Eu iria procurar, conversar, entrevistar. Mas hoje eu não teria essa convicção. Tem que conversar, ver qual é a proposta, o que espero da seleção brasileira. Qual a primeira opção? Treinadores brasileiros, essa seria a minha primeira opção. Ir atrás de treinadores brasileiros. Na entrevista, eu não sentindo firmeza e não tendo essa convicção, aí eu partiria para um estrangeiro.”

Tite sem clube

“O resultado prejudicou muito. Porque mesmo ainda lá fora tem pessoas que só olham o resultado. Porque às vezes não conhece muito esse processo. Vai contratar um treinador e eles só olham os resultados. Por isso que eu falo da importância do agente. O Tite precisa ser visto dessa maneira que ele é. Ele tem capacidade de comandar qualquer clube na Europa, do tamanho de um Manchester City, de um Real Madrid. Ele tem essa essa condição.”

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Lucas Bayer

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