Vítima da tragédia, Gabriela era integrante de torcida organizada, mas na ocasião estava como torcedora comum
Vítima da tragédia, Gabriela era integrante de torcida organizada, mas na ocasião estava como torcedora comum - Foto: Reprodução/Redes sociais

A Justiça de São Paulo estabeleceu um prazo de 15 dias para o Palmeiras manifestar-se sobre caso de morte da torcedora Gabriela Anelli Marchiano. Ela sofreu ferimentos no pescoço depois de ser atingida por estilhaços de vidro de uma garrafa. O episódio ocorreu nos arredores do Allianz Parque antes do confronto entre o Alviverde e o Flamengo.

Assim, a tragédia foi motivada por arremessos de objetos de uma torcida rival para outra. O irmão da vítima, Felipe, foi o responsável por dar entrada na ação. Ele também pediu justiça gratuita, cenário aceito pelo tribunal. Além de sigilo judicial, mas que houve rejeição. No entanto, o juiz Danilo Fadel de Castro estabeleceu que haverá a manutenção do segredo aos documentos que forem anexados ao processo.

Felipe argumenta que sua irmã era integrante de uma organizada do Palmeiras. Entretanto, estava como uma torcedora comum no dia 8 de julho de 2023, quando foi ao Allianz Parque para acompanhar o embate entre o Palmeiras e o Flamengo.

Ele cita que em um determinado momento, na entrada do estádio das duas torcidas, houve a abertura dos portões que as separavam, o que originou a tragédia.

Relato aponta detalhes de confronto

Houve também a anexação do depoimento colhido de um guarda municipal durante a investigação para detalhar como ocorreu a morte. O profissional de segurança afirmou que houve a abertura de um portão sem motivo aparente. Assim, os torcedores palmeirenses, em minoria, foram ao espaço exclusivo para os flamenguistas. Posteriormente, começou a briga generalizada.

Até que o guarda passou a tentar dividir os torcedores. Em seguida, percebeu o arremesso de garrafas de ambos os lados, algumas ainda com líquidos e outras com pedras. O profissional estipulou que aproximadamente 250 pessoas participaram da confronto. Depois de conseguir fechar o portão, ele passou a escutar pedidos de socorro dos palmeirenses. Afinal, uma torcedora sofreu ferimentos no pescoço por estilhaços de vidro resultante de uma garrafa que veio do lado flamenguista e passou por cima do portão.

Primeira assistência nos arredores do estádio do Palmeiras

Deste modo, Gabriela recebeu os primeiros socorros no local e foi direcionada ao pronto socorro. Porém, ela não resistiu aos ferimentos e veio a óbito no dia 10, aos 23 anos. O corte no pescoço provocou uma hemorragia aguda externa.

Na ação, os representantes jurídicos de Felipe baseiam-se no Código de Defesa do Consumidor. A tentativa é convencer que o espaço de um local esportivo não se limita ao estádio ou a um ginásio. Pelo contrário, inclui também os arredores. A intenção é provar que o Palmeiras não teve condições de garantir a segurança ideal e evitar confusões no Allianz e seus arredores. Ou seja, o Alviverde tem que ser responsabilizado pelos prejuízos.

“Como mandante do evento, é cristalina a responsabilidade da agremiação local nas situações que ocorram nas dependências do certame ali realizado e que venham colocar em risco a segurança dos espectadores presentes antes, durante e após o cotejo”, alegam a defesa da família de Gabriela.

Desta forma, o pedido é por uma indenização de R$ 1 milhão atrelada aos danos morais. Assim como o pagamento de R$ 150 mil pelos honorários dos advogados. O Palmeiras optou por ainda não se manifestar.

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