Ídolo do Santos, ex-lateral Léo é o atleta com mais títulos no Peixe após a era Pelé – Divulgação: Tática Assessoria

De curto, só mesmo o nome. Léo, ex-lateral-esquerdo, possui números gigantes em sua carreira, principalmente, pelo Santos. Maior vencedor do clube após a era Pelé, com oito títulos, é o décimo jogador que mais vestiu o manto santista e, além disso, forte candidato a dono da posição na seleção de toda a história do clube.

A carreira vitoriosa também passa pelo Benfica, tanto que, recentemente, foi eleito o melhor de sua posição no século em Portugal. Em sua despedida, no dia 12 de outubro de 2016, atuou pelos Encarnados e pelo Peixe na Vila Belmiro, estádio onde somente Zito – homenageado na faixa de capitão do Alvinegro Praiano -, pisou mais do que ele.

Presente na geração dos Meninos da Vila, em 2002, também esteve no grupo que conquistou a Copa do Brasil e a Libertadores nos anos de 2010 e 2011, respectivamente. Em ambos os anos, os garotos foram obrigados a ganhar chance no time principal, pois, sem dinheiro nos cofres, as gestões apostaram na base. Isso é algo que, atualmente, por questões financeiras, também acontece na Baixada Santista. E, por enquanto, vem dando bons resultados.

“O ideal sempre é ir lançando os garotos aos poucos, mesclar os jovens com atletas mais experientes, mas, 2020 está sendo um ano atípico e as dificuldades obrigaram a comissão técnica a pular etapas. O Cuca está sabendo administrar essa situação. Até agora, não vi nenhum garoto ser queimado por ter sido lançado de forma precoce. Porém, sempre existe o risco de isso acontecer”, comentou o ex-defensor, em entrevista ao Jogada10.

Além do trabalho do treinador, o ex-atleta também elogia o plantel santista, mas revela uma preocupação.

“O elenco do Santos é muito jovem, mas o Cuca conta com atletas de qualidade na maioria das funções. Os jogadores vêm dando conta do recado. O Marinho e o Soteldo são os destaques individuais. É fato que, na ausência deles, nem sempre é possível manter o mesmo patamar de atuação, principalmente, no ataque. Não deixa de ser uma dependência”, emendou.

Para o setor no qual é especialista, no entanto, o Santos tem sofrido nos últimos anos para encontrar uma opção confiável. Única opção para a vaga no atual elenco, Felipe Jonathan está próximo de completar duas temporadas no clube e tem a aprovação de Léo.

“Eu gosto muito do Felipe Jonathan. Ele é um lateral voluntarioso, de boa técnica. Alia qualidade no apoio à marcação eficiente. Acho que um dos motivos (da dificuldade de peças) é a rotatividade. Está cada vez mais difícil um jogador permanecer muito tempo no mesmo clube”, avaliou.

Campanha na Libertadores

Léo viu um grande desempenho do time, que venceu cinco de seus seis jogos na fase de grupos da Libertadores e ficou com a segunda melhor colocação, com 16 pontos. Mesmo ciente de que tudo muda a partir das oitavas de final, o ídolo mostra confiança no time.

“O Santos fez uma campanha muito boa na primeira fase da Libertadores, mas agora é mata-mata, a situação muda completamente de figura. Mas, acredito, sim, que o Santos tem condições de chegar muito longe, quem sabe até mesmo à decisão, mesmo com o sorteio tendo colocado o time em um lado mais difícil para as etapas seguintes”, ponderou.

O início do mata-mata será no Equador, diante da LDU. O jogo de ida está marcado para a altitude de Quito no dia 24 de novembro, uma terça-feira, às 19h15.

“A LDU sempre é um adversário complicado. Já joguei lá em Quito e sei bem o quanto é difícil, a questão da altitude atrapalha, sim. Acho que o Santos tem plenas condições de se classificar. A chave será conquistar um bom resultado no jogo ida. Em caso de empate ou até mesmo de uma derrota por um gol de diferença lá no Equador, dá para inverter aqui, na Vila”, disse.

Questões políticas

Mesmo assim, a equipe vive uma fase turbulenta fora de campo. Com o presidente José Carlos Peres afastado, Orlando Rollo, que assumiu interinamente, tem exposto as dificuldades financeiras vividas pelo Peixe. Entretanto, afastado do cenário político desde que atuou como assessor da presidência na gestão de Modesto Roma, Léo reforça que não pensa mais em comandar o time.

“Fico triste quando vejo o clube passar por essa situação. Espero que o próximo presidente consiga fazer um bom trabalho. Não penso em assumir uma função diretiva no clube”, contou.

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