Botafogo e Flamengo farão, neste sábado (25), um clássico com sotaque português, em Brasília. Comandados, respectivamente, pelos lusitanos Luís Castro e Vitor Pereira, os times terão, frente a frente, um aspecto de rivalidade histórica entre si. Mas também de histórias e estilos de jogo que se cruzam, entre dois estrangeiros que começam a colher os frutos de seus trabalhos em terra brasileira.

Castro e Pereira chegaram ao Brasil no mesmo ano: 2022. Na onda de treinadores portugueses que vieram após os êxitos de Jorge Jesus e Abel Ferreira, o primeiro encontrou sua casa no Botafogo. Contratado como a grande esperança da SAF alvinegra, levou algum tempo para cair nas graças da torcida, mas foi conseguindo bons resultados. Atualmente, as 22 vitórias em 50 jogos dão a este trasmontano de 61 anos um status elevado junto à massa alvinegra.

– Marcelo Cortes/CRF / Vítor Silva/BFR

Assimilar o estilo de jogo de Castro pode ter levado algum tempo para os jogadores assimilarem. Mas, atualmente, no 4-1-4-1 ou no 4-4-2, este Botafogo tem, enfim, um cara e uma intensidade que têm tudo a ver com seu treinador. Embora o elenco ainda tenha problemas com peças de reposição e desfalques, o padrão tem sido mantido.

“Todos temos uma ideia de como queremos atacar, defender, transitar… Muitas vezes, com o elenco que temos, não dá para construir isso. Mas gosto de um jogo triangulado, de que cheguemos todos juntos à frente. Um jogo em que, quando perdemos a bola, reagimos, em que jogamos no corredor direito e levemos ao corredor esquerdo. Gosto de construir o jogo nas costas do adversário, jogar com a linha alta. Quando um time, esteja a bola onde estiver, sabe o que precisa fazer, está sempre orientado em campo. É isto que eu procuro fazer”, afirma Luís.

Vitor Pereira não teme testar novidades

Nascido em Espinho, há 54 anos, Vitor Pereira tem ainda poucos jogos pelo Flamengo. Mas o peso das críticas e a responsabilidade já não são nenhuma novidade. Vindo do Corinthians de maneira controvertida, no fim do ano passado, o luso também procura dar seu padrão ao time rubro-negro. Em meio a estratégias de como poupar a equipe em competições importantes, ele não parece temer testar peças novas entre os titulares.

Neste sábado, por exemplo, Vitor deve colocar três zagueiros em campo, no time misto que levará para o clássico. Mas ele também já estuda alterações na formação da equipe titular, que mantém um alinhamento ofensivo ao longo dos últimos quatro anos. Dessa forma, mudar a cara do time com o quarteto formado por Arrascaeta, Everton Ribeiro, Pedro e Gabriel Barbosa não o assusta: pelo contrário, é uma hipótese considerada:

“Temos que buscar o equilíbrio, como todos os times. Nós podemos manter o quarteto, eu nunca disse que não poderia, mas temos que nos equilibrar de alguma forma”.

No futebol brasileiro, Luís e Vitor encontraram-se uma vez, no ano passado. Melhor para o então treinador do Corinthians, que viu seu time bater o Botafogo por 1 a 0. Um confronto que volta a acontecer neste sábado, dando uma cara mais lusitana a um clássico bem carioca, com certeza.

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