Compra de terreno contribuiu para aumento de dívida no Flamengo
Compra de terreno contribuiu para aumento de dívida no Flamengo - Foto: Pedro Cardoso/CRF

O presidente do próximo triênio do Flamengo assumirá o clube em uma situação financeira distinta a da gestão Rodolfo Landim, em 2019. Isso porque a dívida líquida do Rubro-Negro aumentou em quase R$ 400 milhões neste ano e, agora, totaliza R$ 562 milhões. O valor do déficit ainda não representa crise, mas liga um alerta a curto prazo.

O Flamengo fechou 2023 com uma dívida de R$ 167 milhões, após recorde de redução de quase 90% do déficit histórico. Quase um ano depois, em novembro de 2024, o valor chegou a R$ 562 milhões. Ou seja, um aumento de R$ 395 milhões da quantia líquida (total do passivo menos dinheiro a receber). Apesar do alerta, o montante representa 0,4 da arrecadação anual do ano passado.

A análise do balanço financeiro aponta, ainda, que o Flamengo terminou setembro com R$ 23,9 milhões em caixa livre – com valor complementar de caixa referente a projetos incentivados. O clube entrou em 2024 com R$ 234,5 milhões nos cofres – ou seja, uma redução de R$ 210 milhões durante o ano.

Dívidas do Flamengo

As razões para o aumento das dívidas são claras: investimento em reforços, compra do terreno do Gasômetro e baixa arrecadação com vendas de atletas. O balanço financeiro mostra um ‘descontrole’ de Rodolfo Landim em relação aos anos anteriores, em que priorizou a conservação do caixa.

Entre as contratações, a que mais causou impacto no dinheiro livre em caixa certamente foi a de Nicolás De La Cruz junto ao River Plate. O uruguaio custou em torno de R$ 90 milhões à vista aos cofres rubro-negros. Mas se contabilizarmos todo investimento em reforços, o Flamengo gastou cerca de R$ 273 milhões – Alcaraz equivale a R$ 125 milhões desse total.

Os reforços desta temporada representam a maior dívida do clube, visto que o Flamengo terá que arcar com um total de R$ 363,8 milhões nos próximos anos. O Rubro-Negro terá que quitar R$ 207 milhões do total mencionado no período de um ano. Vale destacar que Léo Ortiz, Matías Viña, Charly Alcaraz e Gonzalo Plata chegaram através de acordos parcelados.

Vendas de atletas

A redução da arrecadação com vendas de atletas também reflete na queda das receitas. O Flamengo tem recebido R$ 145 milhões habitualmente por negociações de jogadores e tem direito a obter R$ 114 milhões. Há, portanto, uma diferença total de R$ 218,7 milhões.

Ainda segundo o balanço financeiro, o Flamengo arrecadou, até setembro de 2024, apenas R$ 73 milhões com negociações. O valor representa menos de um terço em comparação ao mesmo período de 2023, por exemplo.

Outros gastos

Além disso, o clube também investiu cerca de R$ 147 milhões na compra do terreno do Gasômetro para construção do estádio próprio – projeto de campanha da situação. Há, ainda, os adiantamentos por conta do dinheiro recebido da Libra/Globo, Adidas e Brax – valor acrescido em R$ 42 milhões. Vale destacar que o Rubro-Negro passará por uma redução de sua receita de TV em 2025 devido ao novo contrato do Brasileirão.

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