Botafogo

Mídia Independente do Botafogo: o que bomba além do time profissional

Futebol feminino e categorias de base são pautas constantes na Mídia Independente do Botafogo – Vitor Silva/Botafogo

Na semana passada, você conheceu os principais influenciadores da Mídia Independente do Botafogo e entendeu por que o conteúdo relacionado ao clube cresce em relação à imprensa convencional. Nesta quinta-feira (24), na segunda parte da reportagem, o Jogada10 prossegue a observação sobre o fenômeno do universo alvinegro, joga luz sobre novos aspectos e apresenta mais dois nomes importantes.

Sem o perigo da censura para corresponder à linha editorial de algum veículo e longe do mito da imparcialidade esportiva, o grande desafio para os produtores de conteúdo é conciliar o lado torcedor do comunicador. Com perfis variados, os principais canais no YouTube adotam linhas diferentes. O ponto pacífico é o reconhecimento do binômio engajamento/jornalismo. No entanto, alguns defendem mais um lado ao atravessar a fronteira.

“Acho que a responsabilidade jornalística deve vir em primeiro lugar. Sou contrário à separação entre o jornalista e o influenciador. Propomos uma cobertura digna para o internauta que não encontra notícias do Botafogo nos meios tradicionais. Às vezes, o torcedor não entende que não trabalhamos para o clube e nos cobra. Quem está lá dentro que deixou o Botafogo neste grau de deterioração preocupante. A militância tem que ser do bem”, ponderou Daniel Braune (Canal “BrauneFogo”), cuja meta profissional é concretizar um projeto de falar sobre os demais assuntos ligados ao futebol.

A mesma conduta tem Wellington Arruda no canal que leva o seu próprio nome e sobrenome (leia os detalhes mais abaixo). Ao J10, ele justificou a opção:

Wellington Arruda em mais uma cobertura do Botafogo – Arquivo Pessoal

“Quando colocamos a camisa do Botafogo, nossa missão é defender o clube da falta de espaço nos meios corporativos e dos erros dos próprios dirigentes. Procuro ser o mais sereno possível e dar a minha opinião sem filtro. Não falo sempre o que a galera quer ouvir e para ganhar likes. Costumo ser ponderado e bem comedido nos elogios e nas críticas. Não é fácil, sobretudo para quem reclama da postura do time após as derrotas. Da minha parte, coloco mais o lado jornalista em evidência”.

Aline Bordalo, idealizadora do “Botafogo Nela”, foi a primeira repórter a falar com Bruno Matos, meia que, da Indonésia, implorou para jogar pelo Glorioso. Ela também é autora do minidocumentário “ 2007: ano que não terminou”, sobre o time que encantou o Brasil, mas terminou o ano sem nenhum título. Com a verve jornalística acentuada, Aline deixa o coração se sobressair sobre a profissão que escolheu.

“Eu tento dosar. Há espaço para todo mundo. A diversidade é importante. Quando ligo a câmera, depois dos jogos, sou mais torcedora. Diria que 70% torcedora e 30% jornalista”, situou a youtuber alvinegra que, em duas décadas, acumulou passagens pela TV Verdes Mares (afiliada da Globo no Ceará), SporTV, SBT, RedeTV e Band, antes de abrir o canal na Mídia Independente do Botafogo.

As Gloriosas pedem passagem

No “Botafogo Nela”, a auxiliar-técnica que virou jogadora ao longo da Série A2 – Reprodução

Nem tudo está perdido em General Severiano. As meninas do Botafogo fizeram bonito e amenizaram as dores de cabeça em 2020. No último domingo (20), as Gloriosas, com um orçamento bem inferior, eliminaram o Ceará nas quartas de final da Série A2 e garantiram uma vaga na elite do futebol brasileiro, com direito à transmissão em rede nacional. No “Botafogo Nela”, o futebol feminino será um dos carros-chefes. É o que garante Aline Bordalo.

“Me senti na obrigação de dar o espaço a elas. Desde o início do campeonato, fizemos lives após os jogos, com as jogadoras dentro do ônibus ou na churrascaria. É uma válvula de escape diante do péssimo momento do masculino e um grande marketing para o clube. O Botafogo foi exibido durante 90 minutos, em pleno domingo, na Band! As meninas estão fazendo história! Elas jogaram no Nilton Santos e receberam o mesmo patrocínio da equipe masculina. Que a nova diretoria dê a importância necessária e não deixe o futebol feminino ter o mesmo fim do basquete, que, com um time maravilhoso, acabou de uma hora para outra. A expectativa é a de profissionalização de mais meninas em 2021”, sublinhou.

Orgulho alvinegro. Time feminino posa no Estádio Nilton Santos – Vitor Silva/Botafogo

O sucesso das Gloriosas e o “Botafogo Nela” podem reforçar o apelo para que outras alvinegras ingressem no mundo preto e branco do espaço alternativo.

“A Mídia Independente do Botafogo é muito maior do que a de outros clubes. Maior que a do Flamengo, me arrisco a dizer. E somos poucas. Temos a Júlia Camacho (BotafogoPress), a Elisa Gloriosa e a Deborah, do ʽCanal do TFʼ. Tomara que encoraje outras mulheres”, espera Aline.

A base vem forte?

Geração promissora. Time sub-17 do Botafogo posa para foto – Fabio de Paula/Botafogo FR

Wellington Arruda conhece as categorias de base como poucos. Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, saiu de casa para acompanhar a reta final do Campeonato Carioca sub-20, como na ida ao Cefat Várzea Das Moças, em Niterói. Se o título estadual não veio, o canal “Wellington Arruda” estava lá para levar ao público tudo o que aconteceu dentro das quatro linhas e mostrar a nova safra de promessas do Botafogo. Ao Jogada10, ele detalhou como andam as categorias de base do clube.

“Acompanho a base desde 2015. Para entrar no time profissional, o Ênio (atacante) pode ajudar e está muito bem há três meses. O Romildo, volante, me agrada. Na posição, o Kayque se enquadraria melhor, mas não está inscrito no Brasileiro. A base necessita de mais investimento. Os profissionais fazem milagres e tiram leite de pedra sem nenhum recurso. Ao invés de contratar 25 reforços, o dinheiro estaria melhor empregado na base. A diretoria precisa enxergar o Botafogo como um clube formador. Há bons jogadores no sub-20, mas chamo a atenção para o sub-17. Ramon (lateral-esquerdo), Kauê (meia), Fubá (meia), Jhonnata (atacante), Gilwagner (atacante), Matheus Nascimento (atacante), Rhenzo (atacante boliviano)… São jogadores com muita qualidade técnica e já convocados para a Seleção Brasileira. É uma geração que terá espaço”, aposta Wellington Arruda, que trabalhou em duas rádios na web.

Torcedor alvinegro, guarde os nomes dessas feras!

Leo Pereira

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