A morte do presidente do Olaria Augusto Pinto Monteiro, o Pintinho, devido a complicações da Covid-19 causou comoção no futebol carioca. Presente à maioria dos jogos do time na Série B do estadual durante o período da pandemia, Pintinho contraiu a doença e acabou sendo mais uma vítima em meio a tantos casos que ocorrem no mundo do esporte desde a retomada das competições.

Alfredo Sampaio é Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Saferj) – Divulgação

Presidente do Sindicato dos Atletas do Rio de Janeiro (Saferj), Alfredo Sampaio, que foi contra a retomada do futebol, em junho passado, apontou equívocos na maneira como o protocolo dos jogos está sendo seguido. Para ele, há uma diferença entre o que a Confederação Brasileira Futebol (CBF) recomenda e o que é feito pelos clubes.

“Há um equívoco na análise da contaminação durante os jogos. Ela vem ocorrendo entre o final de um jogo e o início de outro. O protocolo da CBF é bom, mas não adianta se ao longo da semana, os clubes não mantiverem jogadores, comissão técnica e dirigentes sob uma rotina rígida. Não adianta ter um protocolo no jogo e após a partida os envolvidos irem para casa, irem para o shopping, passear. Com relação ao Pintinho, ele já fazia parte do grupo de risco e essa doença horrorosa acabou pegando um cara como ele”, disse com exclusividade ao Jogada10.

Sampaio também lamentou o falecimento do dirigente e ressaltou a importância de Pintinho não somente para a história do Olaria, mas para o futebol carioca de modo geral, pelo qual o dirigente fez parte de uma geração de cartolas que lutavam pelos clubes de bairro, que aos poucos vêm perdendo força e visibilidade nos últimos anos.

“Eu tive o prazer de jogar no Olaria e de conviver com ele por um tempo. Era um cara apaixonado pelo Olaria, o que é uma característica dessa geração de dirigentes dos clubes de bairro, que dedicam suas vidas a esses clubes, como o Elias Duba no Madureira, o Rubens Lopes, no Bangu. O futebol carioca perdeu uma figura importantes da sua história. O Olaria era ele e ele era o Olaria. Foi uma pessoa muito respeitada e naturalmente vai fazer muita falta. Ao clube e ao futebol”, afirmou Sampaio.

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