“Quarta-feira é guerra” virou um mantra da torcida do Botafogo. Afinal, é dia de Copa Libertadores, torneio que deixa o alvinegro com as emoções à flor da pele antes mesmo de a bola rolar. Sendo assim, é neste ambiente que o movimento “Ninguém Ama Como A Gente” promoverá mais um espetáculo visual de tirar o fôlego e seguirá suas diretrizes nesta edição do torneio. No entanto, desta vez, sem mosaico. Fellipe Portella, um dos idealizadores do coletivo e cabeças da organização, adiantou, ao Jogada10, como estará o Estádio Nilton Santos para receber a equipe, contra o Junior Barranquilla (COL).
“Por ser um jogo às 19h, não teremos mosaico. Aliás, para variar um pouco também. Faremos uma festa com cara de Libertadores mesmo. Uma pegada bem sul-americana e temática histórica. Planejamos uma festa bem grande na Leste e na Norte. A arrecadação vai muito bem. Estamos negociando a entrada de materiais com a Conmebol”, informou.
Do Brasileirão para a Libertadores, a estética do resultado final teve uma mudança. Saíram as homenagens a ídolos e as apresentações conceituais de 2023. Entraram figuras mais imponentes, como uma caveira expelindo fogo e um cachorrão. Imagens, de fato, assustadoras. Talvez até uma pista daquilo que o torcedor do Botafogo encontrará na noite desta quarta-feira (3), no Colosso do Subúrbio.
“Assustadoras para o adversário (risos). A Libertadores tem a característica de ser um torneio de muita luta. Times limitados, inferiores no papel, se superam e vencem favoritos. Com o Botafogo foi assim, em 2017, quando eliminamos, com menos investimento, vários campeões e chegamos longe. Em 2024, como entramos na fase preliminar, ou você mata ou morre. A ideia era passar uma atmosfera de guerra. Estamos antenados às demandas da torcida do Botafogo e conectados à massa”, emendou Portella.
‘Falamos por milhões de botafoguenses’
O “Ninguém Ama Como A Gente” é responsável por cerca de 30 festas de 2017 para cá, com direito a mosaicos, bandeiras em 3D, além de faixas espalhadas pelo Nilton Santos. As ações começam nas redes sociais, passam por campanhas de arrecadação até a entrada do Botafogo em campo. Democrático e aberto a qualquer alvinegro, o movimento conta organizadores, coordenadores, criadores e voluntários debatendo e executando as ideias.
Sem nenhum vínculo com organizadas ou nada que o caracterize além de um perfil no Instagram (@movnacag), o coletivo resgatou a autoestima dos botafoguenses, sobretudo depois do desfecho do último Brasileirão. Esta é justamente uma das metas da galera.
“A torcida do Botafogo não tem o que merece. Temos, então, o orgulho de falar por milhões de botafoguenses. Queremos alcançar pessoas da Zona Sul à Baixada e chegar naquele botafoguense de 65 anos de Manaus. Hoje, damos orgulho aos botafoguenses. Nossa torcida, espalhada pelo Brasil, pode falar aos rivais que tem uma festa inigualável em seu estádio. Por isso, saímos do ano passado ainda mais fortalecidos”, colocou Portella, ao J10.
Curtinhas sobre o movimento
Diferença para outros clubes – “No Brasil, Botafogo e Fortaleza são as festas mais elaboradas. Mas, com todo respeito… Passamos uma mensagem a cada jogo. Por exemplo, de representatividade de cada canto do país. ‘Honrando as cores do Brasil de nossa gente’. Não queremos um Dragon Ball. Falamos de um clube brasileiro e carioca. Nos importamos com a cultura nacional e não negamos isso”.
Inspiração – “Tem espetáculos que a gente admira. Se você é músico, segue outros músicos. Um fotógrafo segue outros da profissão. Fizemos duas ou três coisas parecidas com o Borussia Dortmund (ALE). Adaptamos, sim, à nossa realidade.”
O mosaico inesquecível – “Fizemos uma campanha exaltando os botafoguenses que não estão mais entre nós: ‘Entram 11, jogamos todos. Assim na terra como no céu’. Dos ilustres até os desconhecidos. Contamos a história deles e subimos as imagens de Didi, Garrincha e Nilton Santos, os três maiores do Botafogo. Recebemos relatos emocionantes. Nos marcou muito.”
Quanto tempo para fazer um mosaico? – “Analisamos o contexto. Resgatamos e aprimoramos muitas ideias. Depois, curadoria, arte, audiovisual, organização e compra de materiais. São, na média, duas semanas antes de um jogo grande.”
Relação com o Botafogo – “Nos ajuda na logística. Mas realizamos algo pelo clube. Não é o clube que se movimenta pela torcida. Se o Botafogo fosse o clube mais rico do mundo, continuaríamos nestes mesmos processos de criação.”
Repercussão – “Procuramos, antes de tudo, influenciar em campo. Os jogadores e o próprio John Textor (acionista majoritário da SAF) já nos passaram que os ajudamos. Estamos, também, crescendo em engajamento. Tocamos os botafoguenses com nossas mensagens.”
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