Considerado um dos maiores treinadores brasileiros de todos os tempos, Muricy Ramalho criticou a demissão de Fernando Diniz da Seleção Brasileira. Por outro lado, o paulistano de 68 anos valorizou a escolha da CBF pela contratação de Dorival Júnior.

Vale lembrar, aliás, que Muricy Ramalho trabalhou com os dois treinadores no São Paulo. Hoje aposentado da função, ele trabalha como coordenador de futebol no Tricolor desde janeiro de 2021. Naquela época, o técnico era Fernando Diniz, que ficou por mais algumas semanas. Dorival Júnior, por sua vez, estava desde abril do ano passado no São Paulo, de onde saiu para ir justamente para a Seleção, na última quarta-feira (10).

Muricy Ramalho trabalhou com Dorival e Diniz no São Paulo – Foto: Divulgação/São Paulo

Sem papas na língua, Muricy!

Muricy Ramalho primeiro criticou a CBF por demitir Fernando Diniz, que ficou só seis jogos no comando e ainda como “interino”. Vale lembrar que o sonho de consumo da Confederação Brasileira de Futebol era o italiano Carlo Ancelotti. O ex-treinador e atual dirigente destacou ainda que isso não é bom para a imagem da entidade.

“Achei que tudo o que foi feito em relação a interino, Ancelotti, Fernando Diniz, para mim, não existe. Pelo tamanho do Brasil não podemos ter um interino. Diniz teria que continuar, ser o técnico, não esperar o Ancelotti. Acho que essa rescisão (com Diniz) foi muito ruim para a imagem da Seleção. Tínhamos um técnico, que era o Diniz, acho que ele também pensava que iria continuar depois da negativa do Ancelotti. Mas também tiraram o Diniz, dai trouxeram o Dorival, que tem um perfil um pouco diferente. Todas essa situação, acho que não é legal”, comentou Muricy, em entrevista ao “Domingol com Benja”, na CNN.

Aliás, Muricy Ramalho analisou o nome de Carlo Ancelotti. O italiano, vale lembrar, tinha contrato com o Real Madrid até a metade deste ano. No entanto, ele  renovou com o espanhol e, assim, frustrou de vez os planos da CBF e da Seleção Brasileira.

Ancelotti seria um bom nome?

“Maior respeito ao Ancelotti, que conhece o futebol europeu como ninguém, mas o nosso é complicado, acho difícil. Se ele chegasse aqui e visse essa bagunça, não iria querer ficar nem 5 minutos, na minha opinião”, acrescentou Muricy.

Curiosamente, Ramalho quase comandou a Seleção Brasileira. Em 2010, após o Brasil perder a Copa da África do Sul, ele foi convidado pela CBF, mas recusou para ficar no Fluminense. Ao fim daquela temporada, vale lembrar, acabou sendo campeão brasileiro com o tricolor brasileiro.

Por fim, Muricy destacou que Dorival Júnior, apesar de tudo, foi um bom nome escolhido pela CBF e revelou ainda que fez um pedido especial ao treinador da Seleção Brasileira.

“Ele é um cara que ajeita bem as coisas, ambiente, ele chegou ao São Paulo em um momento muito difícil em relação ao ambiente. Ele é gestor, trata bem os funcionários, chamou atenção de todo mundo, nosso time cresceu com isso.  Na CBF fará um grande trabalho…Falei para o Dorival, falta um diretor técnico, falta um cara do futebol no futebol da CBF. Ficar o tempo todo decidindo com o presidente não é o correto. Ele tem que ter alguém nesse meio, presidente é o que dá a última palavra sempre, em qualquer lugar. São coisas que a CBF vai ter que melhorar. Não está legal, mesmo com a ida do Dorival. Ele sabe que vai ter muita dificuldade, a gente conversa muito”, concluiu.

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