Quase quatro anos depois, Nenê está de volta ao Vasco. O meia de 40 anos foi apresentado na tarde desta quarta-feira (15) após o encerramento do treino no CT Moacyr Barbosa. Como já era esperado, ele não escondeu a felicidade em retornar ao Cruz-Maltino e destacou a grandeza do clube de São Januário, em discurso semelhante ao de Fernando Diniz em sua apresentação.
“O Vasco é diferente para mim, é o clube que abriu as portas do Brasil para mim. Todos pensavam que eu estava para me aposentar, vinha para roubar e ganhar dinheiro. E o Vasco foi o clube que apostou em mim e voltei a ser o outro Nenê dos tempos de Santos e Palmeiras. Muitos jovens na época nem tinham me visto jogar. O Vasco me deu essa possibilidade. Ganhei esse reconhecimento depois que cheguei aqui. Representa muito para mim”, disse.
O jogador falou sobre a sensação de retornar ao clube que mais defendeu em sua carreira. Em sua primeira passagem, entre agosto de 2015 e janeiro de 2018, disputou 132 jogos e marcou 44 gols, contando três amistosos, segundo as contas do Vasco:
“Um turbilhão de sentimentos. Foi uma coisa muito rápida. Muito feliz e motivado de voltar a um dos clubes do Brasil que mais me identifiquei e fui feliz. Carinho, respeito e admiração fizeram com que eu não tivesse nenhuma dúvida. O Vasco é um gigante e sempre será o Vasco. Venho para somar e ajudar o time a conquistar esse objetivo de voltar à Série A”.
Nenê sempre contou com o respeito dos torcedores, que aprovaram seu retorno à Colina. Nas últimas duas semanas, a hashtag #nenenovasco registrou quase quatro mil tuítes nas redes sociais. Na coletiva, ele fez questão de explicar a importância dos vascaínos em sua decisão:
“A torcida é um dos grandes motivos. Essa paixão, carinho, respeito comigo. Isso motiva bastante, meus amigos, família. Todos pedindo esse retorno. Me deixa muito feliz. Espero retribuir em campo. Adoro desafios. As pessoas imaginavam que eu iria me aposentar, mas continuo motivado. Claro que não é a mesma coisa de antes. Estou com 40 anos, não é a mesma intensidade. Mas compenso com experiência. Venho com muita motivação. E a torcida foi um dos grandes motivos para eu voltar. Voltei pelo Vasco, pelo time, pela diretoria, pelo Diniz, mas principalmente por essa vontade da torcida”.
De acordo com o meia, não houve entrave na rescisão com o Fluminense, com quem tinha contrato até o fim desse ano. Ele citou a chegada de Fernando Diniz ao clube de São Januário como fator decisivo para o sucesso da transferência.
“Foi rápido. Começamos a ver torcedores, aí começamos a ter essa ideia na cabeça. Chegou o momento decisivo, a coisa começou a esquentar. Conversei com Fluminense, dois dias depois a gente estava resolvendo, e ontem (terça) mesmo assinei a rescisão às 17h30 e 18h30 estava assinando com o Vasco. Depois que o Diniz chegou, a coisa andou. Acelerou, ele gosta do meu trabalho”, pontuou.
Apesar da situação complicada do Cruz-Maltino na Série B, em décimo com 32 pontos, oito a menos do que o quarto colocado, o CRB, adversário desta quinta-feira, às 19h, em Maceió, Nenê esbanja confiança no acesso à Serie A.
“Com certeza acredito no acesso. Essa é a ideia, por isso eu vim. Time muito qualificado, treinador que conheço, encaixa muito com meu estilo de jogo e acho que vai nos ajudar muito. Ainda não vou falar de aposentadoria (risos). Não penso nisso ainda”, garante o camisa 77, já regularizado com o nome publicado no BID da CBF:
“Estou à disposição. Estava jogando normalmente. Professor que vai decidir. Vou estar com o grupo e posso jogar”.
Nenê assinou contrato com o Cruz-Maltino até dezembro de 2022, e a expectativa é a de que ele encerre sua carreira na Colina Histórica. Ele inicia sua segunda passagem pelo Vasco, onde foi campeão carioca em 2016 e eleito o craque do campeonato. Esta também será a segunda vez que o meia disputará uma Série B pelo clube da Colina. A primeira ocorreu em 2016, depois do rebaixamento no ano anterior.
Confira outras respostas
Reserva no Fluminense pesou para a troca de clube?
Não é que pesou, mas é algo a se pensar. Estou já na parte final da carreira, últimos dois ou três anos. Pessoal assusta quando falo três anos (risos)… Mas com certeza é muito melhor estar jogando. Foram várias coisas que foram juntando em relação ao contrato, não decidia renovação lá, teve chance de voltar ao Vasco, esticando minha carreira… No Fluminense eu tinha contrato até dezembro só, então você vai colocando na balança. Isso foi um dos fatores (reserva), mas não primordial. Saí pela porta da frente, tendo respeito de todos, do torcedor… Isso é importante. Sou profissional e dou a vida ali.
E se você ficar no banco?
São coisas que teremos que lidar. Já tinha acontecido antes. É claro que vou querer jogar todas, ajudar o time, mas tem que ver o que é melhor para o time. É algo que vamos conversar, vai ser tranquilo e faremos o que for melhor para o time.
Comparação com 2015
Foi algo triste, mas também foi algo muito bom. A torcida já esperava cair, mas lutamos até o final. Ficamos quase 30 jogos invictos. A probabilidade matemática de subir nesse ano é um pouco melhor, eu acho. E pela qualidade do grupo, com trabalho de Diniz, as chances são melhores dessa vez.
Camisa 77
Meus números falam bem sobre isso. A 10 estava acostumado, a 77 eu adotei. Gosto muito. Que continue dando sorte para dar assistências e fazer muitos gols.
Contrato
Não temos que pensar (em não subir). É uma possibilidade, é claro. Mas já está tudo conversado para o ano que vem. Se ficar na Série B é uma coisa e se subir é outra. Imagino que com outros jogadores também é assim.
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