Brazil's Richarlison (C) celebrates with substitutes and coach Tite (L) after scoring against Ecuador during their South American qualification football match for the FIFA World Cup Qatar 2022 at the Jose Pinheiro Borda stadium, better known as Beira-Rio, in Porto Alegre, Brazil, on June 4, 2021. (Photo by SILVIO AVILA / AFP)
Por que as pessoas são iludidas? Porque sempre acham que sabem o que está acontecendo. Em meio à crise na CBF, dispensam as opiniões publicadas por quem está próximo dos envolvidos e faz com esmero o seu trabalho. “Mas os jogadores da Seleção Brasileira não fizeram aquilo que eu pensei que eles iriam fazer”, estão muitos a retrucar após a divulgação do manifesto dos atletas contra a organização da Copa América.
Estava muito claro que ou os atletas diriam que estavam fora da competição (o que seria radical, inesperado e evidentemente histórico por qualquer motivo ou argumento apresentado para sustentar a posição de não jogar) ou então que eram contra a realização do torneio, mas que não diriam não à Seleção.
Estes mesmos jogadores que se envolveram pelo menos até agora em uma temporária suspensão de um presidente da CBF, que protegeram seu treinador (isso está claro!) e que se manifestaram como disseram que fariam depois do jogo. Não vão contentar a todos, até porque claramente a discussão foi politizada independentemente da vontade deles. Um grupo no qual existem vários apoiadores do Governo Federal assim como opositores. Que mencionam, inclusive, no comunicado seus pensamentos divergentes. Mas, ao meu ver, isso marca uma mudança. Aqueles que entram em campo estão dizendo aquilo que pensam. Mesmo que seja algo tímido e não contente a maioria das pessoas, é um posicionamento. E isso é importante.
O discurso seria completamente diferente se Rogério Caboclo não tivesse sido afastado da presidência da entidade. No comunicado não vemos citação alguma à CBF. Tudo foi colocado na conta da Conmebol. Para muitos destes jogadores da Seleção, não tem nada a ver com a pandemia. O comunicado deixa claro que não tem a ver com questões humanitárias. Quando falam de mudanças de cunho profissional, referem-se às férias, direito assegurado pela lei aos trabalhadores, já que no calendário maluco do futebol em tempos de pandemia os atletas emendaram uma temporada na outra.
Contudo, saliento que para quem esperava um inconformismo em se jogar uma competição nas condições sanitárias em que o Brasil se encontra, o comunicado, de fato, não é dos mais contundentes. Mas sejamos sinceros: ninguém esperava um comunicado muito contundente depois do afastamento de Caboclo. A partir desta medida, percebemos que o tom mudou já na entrevista coletiva do técnico Tite. Questionado várias vezes no tocante ao assunto, mudou completamente o tom da entrevista dada na semana anterior.
Um dos grandes erros cometidos na avaliação desta história pela opinião pública foi achar que Tite era o líder de algum tipo de movimentação, enquanto ele é mais um destes mensageiros de uma movimentação que ocorreu dentro do grupo de jogadores da Seleção Brasileira.
Nesse caos que permeia a crise na CBF com escândalo de assédio sexual, Copa América chegando de uma hora para outra e sua lamentável politização, existe uma crise institucional na confederação de vários setores contra a figura de uma pessoa: Rogério Caboclo, que, ao longo dos tempos, tornou o ambiente contaminado por uma questão comportamental (seja de saúde, personalidade, estratégia política ou tudo ao mesmo tempo).
Jogadores e comissão técnica compõem uma parte desse problema e estava muito claro que juntos eles iriam se comunicar e juntos continuariam. Então SE houve a decisão de Caboclo demitir Tite, há nesta história um erro de diagnóstico difícil de um dirigente cometer, justamente por causa do relacionamento que ele pode observar pessoalmente entre Tite e os jogadores da Seleção.
Em tempos de intolerância, cada indivíduo tem liberdade para dizer a si mesmo qual é o problema, Há liberdade para tal. E cada um segue com a sua verdade.
Veja o manifesto dos jogadores na íntegra:
Quando nasce um brasileiro, nasce um torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto a realização da Copa América.
Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam eles humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada totalmente no Chile ou mesmo no Brasil.
Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização.
É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia e estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros.
Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a histórica camisa verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à Seleção Brasileira.
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