Felipe David Rocha

O novo Flamengo de Ceni à la Jesus

Léo Pereira podia ter dado um chutão pra frente. Mas, não. Rifar a bola nos dias de hoje parece uma ofensa ao futebol moderno. Melhor mesmo é aplicar a saída de bola refinada bem ao estilo europeu. Só no toque curto e rápido. Sim, somos mestres em copiar. Mas nem sempre o resultado sairá conforme o planejado.

Rogério Ceni cumprimentando os jogadores em seu primeiro treino no Ninho (Alexandre Vidal / Flamengo)

Ao recuar uma bola muito mal atrasada para o jovem e promissor goleiro Hugo, que é destro – a bola foi tocada no aperto e nitidamente para um jogador canhoto -, o zagueiro fez a pior escolha. Hugo não teve a confiança necessária e precisou ajustar o corpo. Com a pressão de Brenner, cometeu erro infantil e transformou em derrota a boa estreia de Rogério Ceni no Flamengo, no duelo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.

A excelente partida entre dois gigantes do futebol brasileiro não merecia o fim que teve. Ora, excesso de confiança é uma coisa; irresponsabilidade é outra. Os dois rubro-negros merecem, sim, um puxão de orelha do novo comandante. Culpa fifty-fifty.

O torcedor, porém, não deve se preocupar. Tão certo quanto dois e dois são quatro, o Fla de Ceni vai se reaproximar da metodologia de Jorge Jesus. Afinal, é assim que os jogadores gostam e é assim que deve ser para que a performance volte a ser a próxima do ideal. Ceni se preocupou em dar um treino tático no dia do jogo. Teve o zelo de conversar com os jogadores para saber o modo como preferiam atuar e para entender como eram o esquema e os treinos de Jorge Jesus.

Algo que chamou muito atenção foi o carinho de Rogério Ceni com cada jogador. Foi assim no treino no Ninho do Urubu e no jogo contra o São Paulo no Maracanã. Experiente na linguagem do vestiário, o técnico tem tudo para cativar o grupo e colocar em prática a intensidade a qual o elenco se acostumou com o Mister no ano passado. E olha que Ceni ainda verá uma evolução ainda maior quando puder contar com o retorno de nomes importantes, como Everton Ribeiro e Pedro.

No campo, deu gosto ver Gabriel Barbosa (mais participativo e criando chances) e Bruno Henrique voltando a atuar como uma dupla de ataque. Michael e Vitinho atazanando os laterais adversários que, visivelmente incomodados, deram refresco a Renê e Matheuzinho, que substituíram Filipe Luís e Isla, os verdadeiros donos das laterais.. Gerson comandando o meio-campo. Arrascaeta entrando mais avançado para não precisar correr tanto.

A expectativa não pode ser outra: que o time reedite o brilho da temporada passada. Os títulos serão mera consequência.

Felipe David

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