Na história, todos os personagens possuem um “papel” social. No caso do futebol, alguns servem de catarse, de expulsão das frustrações e “demônios” que todos nós temos em algum momento.

Quem estuda minimamente, sabe que o esporte tem inúmeras variáveis internas e externas que podem interferir no rendimento e resultado de um grupo, é uma grande análise combinatória de fatores. No entanto, todos têm a pílula da resposta “plena”: é só tirar “Ciclano”. As respostas são, para muitos, até “científicas”.

– “É isso que não faz o time render”

Mas nem o Turco, Godín e Fábio Gomes saindo fizeram o Galo jogar mais, por quê ?

Será que ser o campeão faz o time ser mais estudado, analisado? Seria a definição tardia do treinador? Será que culturalmente o brasileiro se acomoda e não consegue se motivar após vencer? Será que grupo campeão precisa de identificar quem ainda deseja ou anseia mais para se renovar? Uma distância de quem comanda o clube dos momentos turbulentos não deixa sinais para os comandados de: tá tudo bem, não é? Será que sempre que um treinador voltar ele vai conseguir salvar a “lavoura”, mesmo sendo grande vencedor? Será que a culpa dos insucessos precisa ser dividida?

O Atlético, com seu timaço, vem decepcionando. Mas o que está acontecendo?  – Foto: Pedro Souza / Atlético

Pois é! Ninguém, com raras exceções é despedido de uma empresa por um único motivo, geralmente, há mais, há um conjunto de eventos que dão veredito sobre as escolhas. Pouco vai adiantar ter certeza de que a culpa foi plena do Ciclano, Beltrano ou Fulano. O mais correto é saber que para o sucesso do planejamento de 2023 acontecer, as ações precisam ser silenciosas, com o Brasileirão em curso e já devem ter começado, se possível, anteontem.

No Galo, a régua tem de ser alta

Não adianta, todos terão olhar de desconfiança até o fim da temporada. Não adianta lamuriar, nem lutar contra a insatisfação do torcedor. A régua no alto aumenta a expectativa e está tudo certo. A régua do Atlético tem que ser alta mesmo. Para trazer o atleticano de volta não, nunca será só a taça, tem que jogar com alma, sem achar que “já fez muito”. Em contraponto, o torcedor pode desconfiar de tudo e cobrar todos, mas nem sempre será Fulano, Beltrano ou Ciclano. Quando não se ganha todo mundo tem sua fatia de culpa na pizza do insucesso. Afinal, Turco, Godín e Fábio Gomes já foram, a quem esbravejar?

Não, não é uma escolha de um Avatar nem de um único Vodu para alfinetar, é um conjunto de perguntas e respostas que nem sempre sabemos dar, mas que chegou a hora da cúpula diretiva e gestora do clube tentar dizer para a Massa. O sucesso e o fracasso estão no mesmo pote, o da coletividade. Já foram Godín, Turco e Fábio Gomes, não sabemos quem será o próximo Avatar, mas a desconfiança mineira, aquela do olhar ressabiado, para todos haverá.

Este texto não reflete, necessariamente a opinião do Jogada10

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