Felipe David Rocha

O Vasco agressivo e oportunista de um Lisca nada doido

Dizem que a primeira impressão é a que fica. Se for assim, a estreia de Lisca Doido no Vasco foi extraordinariamente animadora. Posso até ser precipitado em meu elogio, mas não faz mal. Assumo o risco. O técnico chegou ao clube na sexta e dirigiu apenas um treino, concentrando suas forças em reerguer o lado psicológico do elenco.

Com o objetivo de aproximar o grupo, elaborou uma dinâmica em que convidou os jogadores a compartilharem suas histórias de vida. E a de Léo Jabá, o dono da noite na goleada sobre o Guarani com participação em todos os quatro gols, foi a que mais o chamou atenção. Isso, é claro, sem desmerecer qualquer narrativa, que certamente será muito bem explorada pelo novo comandante em ocasiões futuras.

É incontroverso que a equipe foi mais agressiva, sonora, vibrante e teve fome de gols na primeira partida de Lisca. Uma largada com o pé direito no templo de São Januário, como ele mesmo referiu-se em sua chegada. De longe, a melhor atuação vascaína até agora na Série B.

A estatística do primeiro tempo mostrou a maior intensidade do Guarani, mas o oportunismo do Vasco. Enquanto o time de Campinas finalizou 12 vezes, o carioca chutou somente quatro vezes no gol na etapa inicial. Mas foi para o intervalo com 2 a 0 de vantagem no placar.

Virou dois, fechou quatro. Para efeitos de comparação, foi apenas a segunda vez na temporada que o Cruz-Maltino fez quatro gols em uma partida. Antes havia derrotado o Bangu por 4 a 2, pelo Carioca.

Mesmo sereno à beira do campo, Lisca andou de um lado para o outro? Sim. Gesticulou em suas reclamações com a arbitragem? Claro! Só que controlou os ânimos de seus comandados em momentos-chave da partida. Bem diferente de Marcelo Cabo, que dirigia a equipe com a corda no pescoço e se esgoelava nos confrontos recheados de drama. Lisca só se permitiu explodir na comemoração do gol de Léo Jabá, que fechou o placar de 4 a 1 aos 41 minutos da etapa final.

Em sua primeira coletiva pós-jogo na condição de treinador do Gigante da Colina, fez questão de colocar em seu celular a versão vascaína da música “Ana Julia”, da banda “Los Hermanos”, uma das músicas mais cantadas pela torcida, na voz da cantora Teresa Cristina, depois de ser perguntado de que forma motivou os jogadores para sua estreia. E cantou. E dançou!

Lisca mostrou muito conhecimento de elenco. Não à toa, durante a transmissão da Vasco TV, mais de nove mil torcedores foram ao êxtase a cada discurso doido. Mas igualmente verdadeiro. Como alertara o treinador, muito trabalho o espera. A ser retomado já neste domingo (24). Afinal, ajustes precisam ser feitos. Como, por exemplo, a bola aérea e o 21º gol sofrido neste quesito pelo Vasco nesta temporada, o nono oriundo de escanteio.

Se a conhecida canção afirma (a grande verdade!) que todo vascaíno tem amor infinito, o nome de Lisca está na ponta da língua para ser cantado de coração. O Vasco precisa de Lisca, mas Lisca também precisa da grandeza de um clube como o Vasco. Simbiose perfeita. O sentimento criado desta parceria não deve parar tão cedo. Bom para ambos!

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Felipe David

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