Lucas Pedrosa

O Vasco não perdeu por uma substituição

A grande sequência de três vitórias empolgou o torcedor do Vasco na luta pelo acesso novamente. Aliás, depois que Fernando Diniz assumiu o time, foram três vitórias e dois empates onde a equipe foi superior em todas as partidas por conta do estilo de jogo implantado pelo técnico: ousadia, posse e ofensividade para ter superioridade numérica e construir as chances.

A partida contra o Sampaio Corrêa era crucial porque uma vitória colocaria a equipe a apenas dois pontos de distância do tão sonhado G4 da Série B. Mas o roteiro foi outro. Cruel, eu diria. Principalmente com o desfecho.

O Vasco teve um pênalti contrário marcado ainda no primeiro tempo, mas o VAR corrigiu de forma acertada. Depois, logo no final da primeira etapa, ficou em vantagem numérica – para mim, um cartão vermelho exagerado. Mas entre erros e acertos, o Gigante já sofreu muito com a péssima arbitragem nesta Série B. Foi só mais uma demonstração do nível horroroso dos nossos juízes.

Vasco lutou, mas perdeu para o Sampaio Corrêa, em São Luís- Rafael Ribeiro / Vasco

A vantagem numérica fez com que a equipe de Fernando Diniz se afobasse. Desde o primeiro minuto o desespero pelo gol era nítido. E até saiu, mas Pec estava impedido na hora de dar a assistência para Nenê marcar. Aos 15 minutos, com um time claramente buscando o gol já de forma desorganizada, utilizando as pontas para fazer cruzamentos para um pequeno Germán Cano, Diniz tira Ricardo Graça e coloca o atacante Daniel Amorim, de 1,91m, no jogo. Algo totalmente natural para quem estava buscando vencer. O problema era a forma que isso estava sendo feita.

Quatro minutos depois Pimentinha recebe uma bola invertida e estava sendo marcado por Riquelme, algo que aconteceu durante o jogo inteiro (com ou sem Graça em campo), e o lateral tomou um drible para depois o atacante finalizar, Vanderlei defender e a bola sair para escanteio. Gol do Sampaio com Allan, zagueiro de 1,87m, sendo “marcado” pelo meia Marquinhos Gabriel, de 1,73m. O 26° gol de bola aérea sofrido pelo Vasco na temporada. O 13° de escanteio, como buscou o Blog do Garone.

A falha de comunicação causou, mais uma vez, um gol sofrido de bola aérea, o pior problema do Vasco na temporada 2021. E em absolutamente nada teve a ver com Ricardo Graça ter saído. Ele é até menor do que Daniel Amorim. Aliás, foi com três zagueiros em campo que o Vasco levou um gol no último minuto, de escanteio, contra o Cruzeiro, e o jogo terminou 1 a 1.

Depois do gol sofrido, o Sampaio não mudou a forma de jogar. O Vasco continuou afobado e não sabendo utilizar a vantagem numérica, mas, mesmo assim, vamos aos fatos: foram três chances claras onde o goleiro Luiz Daniel brilhou intensamente, com a mais impressionante sendo numa finalização de Daniel Amorim. O Vasco ainda teve um pênalti sofrido por Riquelme e desperdiçado por Nenê, no último lance do jogo. A vitória, caso as chances tivessem sido concluídas, poderia vir.

A minha conclusão é simples: não foi culpa do Fernando Diniz porque ele trocou Ricardo Graça por Daniel Almorim. Se ele tem culpa em algo, é justamente por não corrigir, já no sexto jogo à frente, o câncer que é a bola aérea para o time em 2021. O Vasco jogou de forma afobada porque sentiu a pressão pelo resultado e pela tabela, não por uma substituição.

Vale lembrar que, contra o Goiás, Pec entrou na vaga do volante Andrey, machucado, com o jogo já 1 a 0. O Vasco venceu por 2 a 0 com gol de Gabriel Pec. Ali chamaram de gênio. Por ontem, ele já não presta. O futebol não é assim. Nunca vai ser. Nem 8 e nem 80. Não cairei nessa narrativa fantasiosa de que uma substituição causou a derrota de ontem.

Não é verdade. Os fatos estão expostos.

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*As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Jogada10

Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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