Leonardo Pereira

Cachaça com saquê e a ressaca do Botafogo

Precisamos falar sobre Honda. Aos 34 anos, o japonês, contratado para ser o grande astro do Botafogo em 2020, só decepciona. No Twitter, é ativo, cobra posicionamento da diretoria, questiona os desmandos, faz ameaças e parece preocupado com as principais questões que assolam o ano do Glorioso. Em campo, um jogador blasé e burocrático. Não agrega nada de novo à equipe, toca a bola para os lados, se esconde durante as partidas e, conformado, não consegue se impor para cobrar as faltas. Um negacionista da pelota.

Em janeiro, o camisa 4 saiu da Terra do Sol Nascente e foi recebido com euforia no Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Dava até para acreditar que o Botafogo havia contratado um astro do futebol mundial, um cara top de linha, de altíssimo nível. Em seguida, as honras concedidas pelo clube no Estádio Nilton Santos. Homenageado durante a apresentação, o meia nipônico ganhou até um samba-enredo simpático do trio Marcelo Adnet, Leo Russo e Wanderley Monteiro. Uma reação compreensível pela falta de ídolos recentes da Estrela Solitária. O torcedor não é culpado por carregar uma tonelada de ilusões nas costas.

Astro japonês, Honda não está em um bom momento – Vitor Silva/Botafogo

Naquele momento, o que deve ter passado pela cabeça de Honda? Pela primeira vez na carreira, alcançou um reconhecimento desproporcional ao seu futebol. Honda não engraxa as chuteiras de Seedorf e tampouco se aproxima de Loco Abreu. Um Lodeiro com grife? Talvez. No Japão, nunca foi o maior protagonista. Na Itália, apenas mais um que vestiu a camisa do Milan. Ainda somou passagens por CSKA Moscou (RUS), Pachuca (MEX), Melbourne Victory (AUS) e Vitesse (HOL), sem encher os olhos de ninguém. No Botafogo, cometeu o erro que custou a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil, além de um prejuízo de R$ 3,3 milhões.

De fato, um reforço para alimentar o ego dos dirigentes, estes mesmos que estão entocados em algum bunker na hora da crise. Honda pode ser um sujeito educado, inteligente e engajado, mas não funcionou em campo. Ao que tudo indica, naufragará com o resto do elenco.  O Botafogo precisa de rebeldes dentro das quatro linhas.

Cachaça com saquê é, definitivamente, uma combinação que resulta em uma baita ressaca no dia seguinte.

Leo Pereira

Posts Recentes

Flamengo x Criciúma, AO VIVO, com a Voz do Esporte, às 14h30

O Flamengo encara o Criciúma neste sábado (20), pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. O…

20 de julho de 2024

Na festa do tetra, Parreira dá apoio a Dorival Júnior

Uma das figuras principais presentes à festa dos 30 anos do tetracampeonato mundial da Seleção…

20 de julho de 2024

São Paulo tem retrospecto positivo com Zubeldía longe do MorumBIS

No próximo domingo (21), o São Paulo encara o Juventude, no Mané Garrincha, pela 18ª…

20 de julho de 2024

Abel terá três opções para ausência de Estêvão no Palmeiras: veja quem pode jogar

O Palmeiras, no jogo deste sábado (20/7), contra o Cruzeiro,  não contará com o atacante…

20 de julho de 2024

Com retornos importantes, Flamengo busca reencontrar boa fase no Brasileirão

O Flamengo entra em campo neste sábado (20/07), diante do Criciúma, às 16h (de Brasília),…

20 de julho de 2024

‘Garçom’, Luiz Henrique cresce em jogos grandes e se firma no Botafogo

Segunda contratação mais cara da história do futebol brasileiro, Luiz Henrique já mostrou que se…

20 de julho de 2024

Este site usa Cookies para melhorar a experiência do Usuário!