Uma facção de “torcedores” do Botafogo – impedida, inclusive, de ingressar nos estádios do Rio de Janeiro por conta de episódios de violência -, invadiu o Espaço Lonier, CT improvisado do Alvinegro, para dar uma prensa no elenco do Glorioso durante o processo de fisioterapia de alguns atletas. Recapitulando: uma gangue adentrou em um ambiente de labuta, na manhã de um dia útil, para cobrar trabalho. A propósito: onde estavam os seguranças?

Os bravões calculam que, intimidados, os jogadores do Botafogo voltarão a render em campo. Diego Gonçalves passará a ser o principal garçom da equipe. Dará, no mínimo, cinco passes açucarados para Erison guardar três bolas nas redes adversárias. Victor Sá ganhará todas as jogadas no um contra um e tabelará magistralmente com Chay. Oyama terá precisão de 100% nos passes, com Tchê Tchê oferecendo uma nova dinâmica à criação das jogadas. Na defesa, Kanu, com a técnica de um Beckenbauer, não deixará Gatito Fernández ser incomodado. O Glorioso, com um psicológico inabalável, passará pelo São Paulo nesta quinta-feira (16), no Estádio Nilton Santos, após a manifestação dos “jênios”.

De fato, os jogadores do Botafogo, o técnico Luís Castro e o diretor André Mazzuco precisam ser cobrados após quatro derrotas consecutivas, série negativa que colocou o Mais Tradicional na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Porém, invadir a propriedade para coagir trabalhadores é ultrajante e fere princípios éticos. Digno de vergonha alheia. Além disso, é óbvio que estes atos vergonhosos pesarão contra o Glorioso na próxima janela de transferências. Com alvos na Europa, o clube terá mais dificuldade para convencer os reforços a trabalhar em um ambiente inseguro.

Há inúmeras formas de exigir mudanças: boicotar a equipe, deixar de consumir o produto (afinal, o clube é uma empresa, algo que muitos alvinegros esquecem), largar o Colosso da Zona Norte às moscas, vaiar quem não estiver bem e protestar no Nilton Santos ou em General Severiano. O ideal seria entender a dimensão do projeto da SAF e conciliar apoio e crítica. Mas aí é exigir demais, não é?

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