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Decisões como essa, notadamente quando os times não têm o hábito de duelar com frequência, não costumam oferecer grandes espetáculos. Houve bola rolando, raras paralisações, e um ou outro momento que prometia emoções, mas poucos gols e uma partida, digamos, apenas correta.

A propósito, como dito, dizem que os europeus “não ligam para o Mundial”, mas ganharam o título pela nona vez consecutiva, somando 34 contra 26 dos sul-americanos, em todas as disputas desde 1960.

E, no entanto, a polêmica em torno de 1951 continuará por mais um ano. Aos 115 minutos, para a alegria dos corintianos, em pênalti cometido por Luan – mão na bola – Kai Havertz fez 2 a 1 para o Chelsea, nos Emirados Árabes, e o sonho do Palmeiras foi para o espaço. Na realidade, qualquer um poderia ser o campeão. Mas como os britânicos também levam a briga a sério, a taça acabou, de forma inédita, para deles, em Stamford Bridge.

Não há muito que escrever sobre o primeiro tempo. O Palmeiras começou tentando ser mais agressivo, mas como não obteve sucesso, dada a tranqüilidade do adversário, preferiu manter o seu estilo, cauteloso na defesa e rápido nos contra-ataques, o que, na prática, teve efeitos distintos. Se não ofereceu oportunidades ao Chelsea, que mantinha a posse da bola, e nada além, o time paulista também não ameaçou. Um resultado, até o intervalo, absolutamente lógico.

Não ocorreu mudança de peças no intervalo. O Palmeiras voltou tentando pressionar a saída de bola, mas bastou um ataque da equipe britânica, aos nove minutos, aproveitando um descuido geral do adversário, para surgir o primeiro gol. Hudson-Odoi cruzou livre da esquerda, Luan não subiu, e Lukaku enfiou de cabeça: 1 a 0.

E embora o time brasileiro, como se diz, tenha sentido o golpe, acabou chegando ao empate pouco depois, quando Thiago Silva – e quem poderia mais fazê-lo? – meteu a mão propositadamente na bola. O árbitro foi ao VAR e Raphael Veiga, que até ali não tinha visto a cor da bola, cobrou o pênalti e empatou, aos 17.

Dali em diante, o jogo ganhou maior ritmo, até porque os treinadores fizeram quatro substituições, duas de cada lado. Mas é fato que o Chelsea, aos poucos, foi ganhando terreno, enquanto o Palmeiras parecia satisfeito com o resultado, o que, na prática, não se confirmou, pois equilibrou a partida, o que deixava mais uma vez evidente que qualquer um poderia sair vencedor.

E veio a prorrogação. A equipe britânica mexeu mais duas vezes, com o objetivo de ampliar a capacidade física, tanto que o jogo retomou o panorama do primeiro tempo. Voltou a ter a posse da bola e o Palmeiras apostando em contra-ataques. Na única chance real do Chelsea, a bola bateu no travessão, mas o gol seria anulado, pois havia posição irregular.

Vamos para os 15 minutos derradeiros. Aos 115, foi a vez de Luan deixar a bola bater em sua mão. Aos 116, o alemão Kai Havertz cobrou o pênalti e pôs fim ao que restava de esperança aos brasileiros. No desespero, Abel Ferreira lançou Deyverson. Mas sem os dois gênios da final da Libertadores, Andreas Pereira e David Luiz, o título continuou nos pés dos britânicos. Aos 123, Luan derrubou Pulisic e levou o vermelho.

É fato, porém, que mais uma vez, e pela nona consecutiva, os europeus cismaram de contrariar que eles “não ligam para o Mundial”.

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*As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Jogada10

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