O zagueiro Éder Militão encontrou o seu espaço na Seleção.  Titular nas duas primeiras partidas nesta Copa América – contra Venezuela e Peru – ele ganha cada vez mais status com Tite. Hoje, na cabeça do treinador, é o reserva imediato de Marquinhos e de Thiago Silva. No Real Madrid, teve ótimas atuações na última temporada. Com a saída de Sérgio Ramos, será titular. Apresenta sempre desenvoltura em campo: eficaz nas antecipações, forte no jogo aéreo e aparece com perigo no ataque. Toda essa comunicação fácil com a bola não é vista nas coletivas. Com timidez extrema, se sente desconfortável e responde as perguntas com frases curtas, voz baixa e escondendo o olhar:

Éder Militão foi titular da Seleção nos últimos  quatro jogos: dois pelas Eliminatórias (na foto o duelo com o Paraguai) e dois nesta Copa América  – Lucas Figueiredo/CBF

“Sou tímido. Pouco a pouco estou me soltando, tentando aperfeiçoar isso. A assessoria pega no meu pé e tenta me ajudar.”

O zagueiro começou tardiamente no futebol (aos 15 anos), ganhou chance no São Paulo e passou pelo Porto/POR antes de chegar ao Real.  Não esconde gratidão a Tite. Foi ele quem o convocou pela primeira vez, quando ainda defendia os portistas.  Militão fez questão de elogiar o treinador que completou cinco anos no cargo neste domingo.

“Tite faz ótimo trabalho nesses anos em que está na Seleção. Pelos resultados e pela ajuda ao grupo, dando o melhor para a gente.”

Sobre a disputa de vaga com Marquinhos e Thiago Silva, Militão foi econômico nas palavras e, claro, inibido.

“Todos têm condições de representar a Seleção. Marquinhos e Thiago Silva são ótimos. Mas eu busco meu espaço, venho trabalhando e… é isso. “, disse o zagueiro, que, além das duas partidas nesta Copa América, foi titular também nos dois últimos jogos pelas Eliminatórias. Nestes quatro duelos, o Brasil não levou gol.

Após algumas respostas nas quais o zagueiro chegou a dar algumas travadas por puro nervosismo, a entrevista se encerrou. Para alívio do jogador, que levou numa boa a pergunta da assessoria da CBF: ” Foi difícil, Militão?”. Ele apenas fez um gesto com a cabeça, enquanto recebia efusivos aplausos do lateral-esquerdo Alex Sandro (que também participou da coletiva). Parece que o gelo do zagueirão do Real Madrid e da Seleção com o microfone foi (um pouquinho) quebrado.

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