- Fabio Menotti/SE Palmeiras
O Palmeiras está em plenas condições físicas e técnicas de tornar real o sonho de conquistar o planeta, ainda mais com o reforço de Dudu em relação à edição passada. Contra o Al Ahly, do Egito, na semifinal do Mundial de Clubes, a equipe controlou o primeiro tempo ao atuar no campo de ataque, com marcação na saída de bola.
A estratégia também passava pela posse de bola com grande velocidade. Principalmente com Dudu, o craque da partida, dono de uma capacidade de raciocínio e execução perfeitos, atuando nas costas dos volantes e liderando os contra-ataques.
Foram, ainda, dez roubadas de bola somente nos primeiros 45 minutos, nove no ataque. Aos 39, Zé Rafael recuperou a bola na frente, tocou para Danilo que entregou a Dudu, posicionado atrás dos volantes. A assistência foi perfeita para Raphael Veiga, que mostrou mais uma vez ser jogador de decisão – já havia sido assim na final da Libertadores diante do Flamengo.
Veiga é arco e flecha. Ao mesmo tempo e em momentos distintos. Um meia à moda antiga – raridade na Terra Papagalli – capaz de criar e concluir com requintes que beiram à perfeição. O golaço de Dudu, o segundo da vitória alviverde, começou em um toque do companheiro.
A dupla liderou o Verdão no estádio Al Nahyan, em Abu Dhabi, encontrando espaços quando eles eram raros e sendo decisiva quando apareceram as oportunidades.
Superior do começo do jogo até fazer o segundo gol, a equipe brasileira viu o Al Ahly controlar a bola partir daí. Tanto que Abel precisou reforçar a retaguarda, recuando os alas e montando uma linha de cinco homens, quatro no meio.
O nervosismo, em alguns momentos, fez o Palmeiras levar sustos. Weverton falhou em gol do Al Ahly corretamente anulado por um impedimento, mas compensou com boas defesas no apagar das luzes.
Mesmo jogando no 5-4-1 (começou o jogo com o 3-6-1) e sacando Dudu e Veiga ao mesmo tempo – o que considero um risco desnecessário -, o técnico palmeirense separou um tempo para presentear os heróis das duas conquistas da Libertadores. Deyverson e Breno Lopes entraram nos lugares de Rony e Scarpa, aos 43 minutos da etapa final.
Abel Ferreira sabia que não bastava vencer. Por conta do fracasso na edição passada quando sua equipe sequer balançou a rede, era preciso dar uma resposta à altura. E ela veio.
Um time, sim, com maneiras distintas de jogar e que soube se sentir em casa do outro lado do mundo. Mais do que nunca, o sonho é possível.
*As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Jogada10
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