Com os quatro finalistas da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana de 2021, o Brasil vem reforçando a sua hegemonia no futebol de clubes do continente. Com a final entre Flamengo e Palmeiras, o país vai ter o seu terceiro campeão seguido e o quarto em cinco anos na principal competição sul-americana.

Esse sucesso dos brasileiros nas competições sul-americanas não é de hoje, é claro. Mas as finais entre Flamengo e Palmeiras na Libertadores e Athletico e Red Bull Bragantino na Sul-Americana evidenciaram a disparidade do futebol nacional sobre os vizinhos do continente. E o Jogada10 procurou um dos maiores especialistas em gestão esportiva para explicar os motivos dessa hegemonia brasileira. E, sim, de acordo com Amir Somoggi, sócio da Sports Value Marketing Esportivo, passa muito pela parte financeira. Mas não só isso.

Flamengo e Palmeiras venceram as últimas duas Libertadores e fazem a final da atual edição – Marcelo Cortes / Flamengo

“Essa supremacia brasileira no mercado sul-americano tem muito a ver com o PIB brasileiro, que é muito maior que os outros mercados. Mesmo o México, que é outro mercado muito desenvolvido na América, tem um faturamento que é a metade do Brasil. Graças aos contratos televisivos e venda de jogadores. O Brasil vende quase 400 milhões de dólares por ano em jogador. Isso faz uma ajuda em tanto em relação aos outros mercados”, afirmou Amir ao J10.

Para Amir, outro ponto importante acentuou essa diferença durante o período de pandemia da Covid-19. Mercados como o argentino dependem muito do torcedor (pela associações e bilheterias). E em um período de crise financeira e portões fechados, os clubes dos países vizinhos sentiram mais a falta do torcedor.

“Os clubes brasileiros dependem menos do torcedor em relação ao Boca, ao River, por exemplo, e aos times colombianos e chilenos. Os clubes poderiam ser muito mais fortes. A supremacia brasileira tem a ver com isso”.

Furacão pode ganhar a sua segunda Sul-Americana em quatro anos – CONMEBOL Sudamericana

Apesar da importância da questão financeira, ao falar sobre o sucesso de Flamengo, Palmeiras, Athletico-PR e Red Bull Bragantino na temporada, Amir Somoggi, que tem mais de 20 anos de experiência em gestão e marketing esportivo, ressaltou que os quatro têm outro ponto em comum: boas administrações. Para Amir, isso os diferencia até de outros clubes brasileiros.

“Esses quatro, em particular, têm boa gestão. Não dá para a gente falar que o Cruzeiro ia chegar, mesmo um time num país rico como o Brasil. Corinthians, São Paulo, Santos, Fluminense, Vasco, Botafogo, Inter…que não têm conseguido chegar… Tantos outros clubes mal administrados. Então não é só uma questão do PIB. Em relação ao ano passado o Santos poderia ter ficado pelo caminho, mas foi passando. Mas, indiscutivelmente, nesse ano, os quatro que chegaram nas duas competições têm boa administração. Geram bem os recursos que têm em mãos”, finalizou Amir.

Essa supremacia pode se acentuar ainda mais na próxima temporada. Com as duas finais formadas por clubes brasileiros, o país já garantiu nove vagas na Libertadores de 2022. E mais seis vagas para a Sul-Americana. Ou seja, 15 dos 20 clubes da Série A estarão em competições continentais no próximo ano.

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