Em tempos de sucesso de Fernando Diniz, o modelo de jogo baseado na fidelidade à posse de bola e à ousadia ofensiva multiplica adeptos pelo país. Esse é o exemplo de filosofia adotada por Luizinho Vieira, técnico do Ypiranga de Erechim, que enfrenta o Botafogo nesta quarta-feira, às 21h30, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Há quase dois anos à frente da equipe gaúcha, ele já acumula ótimos resultados.

Entre as façanhas estão as vitórias sobre o Grêmio e Red Bull Bragantino (esta pela competição nacional), nesta temporada. Além disso, o Ypiranga superou o Internacional no Gauchão de 2022, terminou a fase classificatória em primeiro lugar e só parou para o Grêmio, a exemplo da semifinal deste ano, nos pênaltis. Aliás, vale frisar, todos esses triunfos foram no Colosso da Lagoa, o alcapão canarinho.

Ypiranga fez 3 a 1 no Bragantino, pela 2ª fase da Copa do Brasil, no Colosso da Lagoa – Foto de Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

A próxima missão é superar o Botafogo, que vem de resultados e desempenhos irregulares. Na prática, a principal crítica ao trabalho de Luís Castro, neste momento, é que falta padrão de jogo e consistência. O que, por sua vez, está longe de ser uma dificuldade para o Ypiranga.

“A primeira coisa que a gente estabeleceu no Ypiranga foi um modelo de jogo. Ano passado funcionou bem. Foi a nossa primeira contratação. Até porque o Ypiranga não tem essa grana toda para fazer investimento alto. Tem que estar atento ao mercado e às características dos atletas. O modelo está aqui, está pronto. O Ypiranga parte desse princípio de não esperar (o adversário)”, afirmou Luizinho, recentemente, ao ‘ge’.

Vem aí o ‘Diniz dos Pampas’ no Ypiranga?

A imprensa gaúcha concorda que a proposta ousada é uma característica marcante do time do interior. Há referências semelhantes em vários relatos dos jogos, como se Luizinho Vieira, ex-lateral de Athletico-PR e Ponte Preta, fosse uma espécie de “Diniz dos Pampas”.

“O principal motivo do sucesso é a manutenção do técnico. Ele montou um estilo de jogo ofensivo, mas que não descuida da parte defensiva. Mesmo com trocas de jogadores, a estrutura se mantém e a proposta de jogo não se altera pelo adversário. O Ypiranga é um time que gosta muito da bola”, explicou ao Jogada10 o repórter Marco Souza, do Zero Hora.

Os destaques individuais são o volante Lorran, cria da base do Atlético-MG, o meia João Pedro, que jogou no próprio Botafogo em 2018, e o atacante Erick Faria, que marcou cinco gols no ano (um a menos que Bruno Baio). Inclusive, Erick foi artilheiro do Gauchão na temporada passada. Com isso, foi negociado com o Vasco. Em São Januário, porém, não teve o mesmo sucesso e retornou em janeiro.

Referência do ataque do Ypiranga, Erick fez poucos jogos pelo Vasco – Joel Silva / Jogada10

A equipe já não conta mais com os dois laterais titulares (Gedeilson e Patric Calmon) em relação à base do Gauchão. Por outro lado, já repôs com agilidade e não deve perder força. Ivan, que disputou o Campeonato Paulista pelo São Bento, será titular na direita.

Premiação é 10x maior que a folha

A Copa do Brasil é vista como um plus no caminho do Ypiranga. E, claro, também é uma ótima fonte de receitas. Afinal, quem avançar às oitavas de final recebe R$ 3.3 milhões. O valor, por sinal, representa dez vezes a folha salarial de elenco e comissão técnica.

O foco, no entanto, está no acesso à Série B do Brasileirão. O clube canarinho espera estar preparado para confirmar o favoritismo na Série C e driblar o excesso de expectativa que os torcedores criaram em 2022.

Após a partida desta noite, Botafogo e Ypiranga já tem data marcada para decidir a vaga: dia 26 de abril, no Nilton Santos.

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