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Poupar ou não poupar? As diferentes estratégias de Botafogo e Fluminense

Em meio à disputa de três competições, Botafogo e Fluminense adotam estratégias distintas quando o assunto é poupar os principais jogadores para minimizar o desgaste físico da “maratona”. Enquanto o técnico alvinegro, Luís Castro, vem fazendo um intenso rodízio no elenco, Fernando Diniz costuma explorar ao máximo seu time titular. Depois de confrontos difíceis pela Copa do Brasil, os dois chegam sob mistério na escalação para o clássico carioca deste sábado, às 18h30, no Nilton Santos, pela sétima rodada do Brasileirão.

Na prática, ambas as abordagens deram resultado até aqui. Afinal, o Glorioso é líder da Série A e alcançou uma sequência de 15 partidas sem perder. Já o Tricolor sofreu apenas uma derrota em 13 jogos e está na cola do rival na tabela de classificação.

Para Castro, o Botafogo não tem um time titular. O português rejeita a ideia de que é necessário usar as mesmas opções, até como uma arma de acordo com o próximo adversário. Tanto é que não repete a escalação há quase um mês ou nove jogos. Do período invicto, o único do setor ofensivo a começar entre os 11 em mais de 80% das vezes foi Tiquinho. Além dele, Lucas Perri, Adryelson e Cuesta formam a espinha defensiva.

Botafogo venceu o clássico disputado pelo Carioca por 1 a 0 – Marcelo Gonçalves / Fluminense

“Não há um time titular. Por muito que queiram, não há. O Tchê (Tchê) e o Marlon pode desenvolver a ‘6’ (primeiro volante). O Carlos Eduardo e o Tchê (Tchê) podem fazer a ’10’. Mudamos elementos nesses setores. Sauer, Segovia e todos jogaram bem. Não há um setor mais frágil ou mais forte”, disse o treinador alvinegro, após a vitória sobre o Corinthians, a mais recente do Botafogo.

Esquema tático de Botafogo e Fluminense são similares

No entanto, o mais importante, para Castro, é que a estrutura tática permanece a mesma. Inclusive, se assemelha bastante à do Fluminense, com a linha de quatro defensores, um volante mais centralizado, outro mais móvel, um meia, dois atacantes abertos (Keno está indisponível agora) e um cetroavante de área. A principal diferença, no momento, é a liberdade de Marcelo, que inverte com Alexsander ou outro jogador quando deixa a lateral e parte para o ataque.

Nas últimas terça e quarta, os dois rivais entraram em campo. O Botafogo voltou a fazer mudanças, desta vez pelas oitavas da Copa do Brasil. Destaques do time, como o lateral-esquerdo Marçal e o atacante Victor Sá, entraram apenas no segundo tempo. Não funcionou, já que o time levou a virada para o Athletico, na Arena da Baixada. Já o Tricolor, com todos os titulares que pôde escalar, sofreu para arrancar um empate com o Flamengo, no Maracanã, e teve Felipe Melo expulso.

‘Não gosto muito de poupar’, diz Diniz

O técnico Fernando Diniz já declarou que prefere utilizar a mesma equipe o máximo de vezes que puder. Quando decidiu poupar, o Fluminense foi muito mal e perdeu por 4 a 2 para o Fortaleza. Aliás, se tivesse vencido este jogo, seria líder no lugar do próprio Botafogo.

“Em algumas situações, eu não sou um cara que gosto muito de poupar, mas a estratégia para jogar contra o River foi muito bem executada. Voltando ao jogo contra o Fortaleza, a gente tinha que ter jogado muito melhor, independentemente dos jogadores que entraram. E hoje, a gente voltou a jogar dentro de um padrão que a gente gosta, com todo mundo muito ativo, muito participativo, sabendo se proteger muito bem”, explicou Diniz, em entrevista recente.

Utilização dos jogadores do Flu no Brasileirão – Reprodução / Ogol

Por sua vez, em entrevista coletiva, na Arena da Baixada, Luís Castro voltou a mencionar o assunto e lamentou a falta de tempo para descansar a equipe. Isso pode significar mais mudanças, de acordo com a avaliação fisiológica do departamento de saúde do clube.

“Tivemos dois dias para este jogo e teremos mais dois para o Fluminense. Temos que fazer a gestão dos jogadores. Vai ser mais um jogo em que nós não temos tempo. É quase impossível termos aquilo que nós idealizamos em determinado momento da temporada. Veremos os jogadores que saem daqui (Arena da Baixada) com problemas” afirmou o treinador.

Elogios relevantes de Castro a Diniz

O português já fez importantes elogios ao trabalho de Fernando Diniz. Com isso, pode ser que haja modificações para conter ou contra-atacar a ofensividade e as variações do adversário durante as partidas. Inclusive, no Campeonato Carioca a estratégia adotada deu certo para o Alvinegro, que se defendeu bem, apostou no contra-ataque e fez 1 a 0 no segundo tempo, com Victor Sá.

“Ele joga de forma muito diferente das outras equipes. Uma ideia de jogo diferente. Claramente tem que ser bem preparado. Os jogos contra o Fernando exigem muito visionamento de vídeo”, afirmou Castro, que comparou com sua época de Porto, quando remontada toda a sua estratégia para enfrentar times “complexos”, segundo ele, como o Manchester City ou Inter de Milão.

Ambos os treinadores assumiram o comando de suas equipes com uma diferença de 17 dias, em 2022. Até aqui, Diniz teve mais sucesso, com 69.2% de aproveitamento, contra 56.2% do português, além de ter conquistado um título carioca.

Utilização dos jogadores do Botafogo no Brasileirão – Reprodução / Ogol

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Andre Casado

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