Acompanhar o clube do coração de Norte a Sul é uma missão para poucos torcedores. Você viaja, conhece novas cidades e até países, conhece outras culturas e vive experiências inesquecíveis dentro e fora do estádio. Já pensou presenciar a conquista de um título inédito? Foi isso que aconteceu com Ricardo Fraga, torcedor fanático do Flamengo, que frequenta o Maracanã desde pequeno e esteve presente em conquistas históricas do clube. Nesta quarta-feira, no Mané Garrincha, em Brasília, ele tem reencontro marcado com as cores rubro-negras após mais de 500 dias.

Ricardo Fraga, de 57 anos, é contador. Morador de Niterói, no Rio de Janeiro, frequenta o Maracanã desde os 13 anos. Ele coleciona grandes histórias nas arquibancadas do Mário Filho. Em 1978, quando tinha apenas 15 anos, presenciou Rondinelli marcar o gol do título estadual contra o Vasco – conquista que abriu as portas para a vitoriosa geração de Zico. Em 1980, comemorou o título inédito do Brasileirão. E no ano seguinte, a inédita Libertadores.

Ricardo é morador de Niterói e carrega uma referência a cidade nos jogos do Flamengo – Arquivo pessoal

“Fui em 1981 (no Chile). Tinha 18 anos. Fui em 2019 (no Peru) também. Foi o jogo mais marcante que presenciei, junto com a final do Brasileiro de 1980 e a final do tri com gol do Petkovic em 2001”, disse Ricardo ao Jogada10.

Em 2020, a pandemia do novo coronavírus fechou os portões dos estádios em todo mundo e afastou os torcedores dos clubes. Arquibancadas vazias, sem cantos de torcida e somente gritos de comissão técnica e diálogo entre os jogadores virou comum. No Brasil, poucas cidades já estão recebendo público nos estádios. Brasília é uma das exceções. O estádio Mané Garrincha será o palco do duelo entre Flamengo e Olimpia, nesta quarta-feira, às 19h15, pela Libertadores. A partida marca o retorno de Ricardo às arquibancadas após um ano e meio.

“É indescritível. O Flamengo é a minha vida. Desde os 13 anos indo ao Maracanã. Temos que levar todos os jogos a sério. Esse time pode conseguir ser tricampeão da Libertadores. E esse ano de forma invicta, coisa que nem o time de 81 foi”, afirmou.

No jogo de ida, o Flamengo venceu o Olimpia por 4 a 1. Para avançar à semifinal, o Rubro-Negro pode empatar ou perder por até três gols de diferença. Em caso de classificação, o Rubro-Negro enfrentará o vencedor de Fluminense e Barcelona de Guayaquil. No primeiro duelo, as equipes empataram por 2 a 2, no Maracanã, e decidirão a vaga amanhã, no Equador. Ricardo tem a sua preferência: o arquirrival tricolor.

“Prefiro o Fluminense. Barcelona é um time chato e são franco atiradores. Já o Flu é nosso freguês, temos 27 vitórias na frente. Sem falar que são dois jogos no Maracanã”, explicou Ricardo, que ressaltou a preferência por um reencontro com o River Plate na final da Libertadores.

Ricardo esteve presente nas conquistas da Libertadores em 1981 e 2019, e sonha com o tri – Arquivo pessoal

Ricardo teve a oportunidade de presenciar duas das maiores gerações da história do Flamengo. Nos anos 80, teve a oportunidade de assistir Zico e cia, in loco, e comemorar quatro títulos do Brasileiro e uma Libertadores. Atualmente, acompanha de perto a geração liderada por Gabigol, Bruno Henrique, Arrascaeta e cia, que já faturou dois brasileiros e uma Libertadores. O pé quente Ricardo admite que existe a chance da geração atual superar a antiga em números, mas na bola acredita que seja improvável.

“Em números, sim. Em talento e futebol, não. Jamais. Esse time atual temos seis jogadores bons. No time de 1981, os 11 jogadores eram craques. Mitos. Deuses”, finalizou.

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