Roberto Assaf

Roberto Assaf: Que a derrota para o Botafogo sirva para apressar a saída de Tite

Flamengo perde para o Botafogo. Tite não faz o time jogar bem – Foto: Vitor Silva/Botafogo

Tite escala mal, mexe pior ainda, e não consegue fazer o Flamengo render. É uma lástima. O silêncio dos dirigentes em relação aos fracassos também é de irritar. Há, como dito aqui faz quatro dias, uma vantagem nas derrotas: o tempo do cidadão na Gávea diminui a cada uma delas, e a deste domingo, 2 a 0 para o Botafogo, ajudará a apressar o seu adeus. A torcida agora compreenderá o que se diz desde a sua chegada. O problema é pagar tantas indenizações. Homens da ciência ganham bem. O xará Oppenheimer que o diga. O outro lado ruim é que – veja logo abaixo – o Flamengo precisa pontuar no Brasileiro ao longo de maio, pois há uma tragédia anunciada para o clube no campeonato.

A propósito, a ciência deveria promover intervenção em jogo disputado às onze da manhã. Pois jovens atletas, que ganham fortunas, recebem em dia, e têm, à disposição, no clube, orçamento de Europa, ficaram entregues ao brilho do sol carioca, um modelo de tortura efetivamente censurável.

Tite e os cientistas da sua comissão técnica

Curiosamente, embora reúna diversos cientistas em sua Comissão Técnica, incluindo o treinador, o Flamengo não tomou qualquer providência para preservar os rapazes do astro-rei. O equívoco na Bolívia, não só arrancou o primeiro lugar do Rubro-Negro na Libertadores, no Grupo E, como obrigará a equipe, caso obtenha a classificação, a disputar o segundo compromisso na casa do adversário, o que sugere uma eliminação prematura da competição. Pois é.

E como não bastasse, o Brasileiro 2024 do Flamengo ainda será estuprado pela maldita Copa América, que roubará atletas dos principais concorrentes por mais de um mês. A absurda competição começa em 21 de junho e termina em 14 de julho. Levando-se em conta que há a cessão antecipada de jogadores. E pelo menos três dias para o retorno completo deles aos clubes, serão praticamente nove rodadas do nosso campeonato sem as principais estrelas. A 11ª delas está prevista para 16 de junho, e a 19ª, que fecha o turno, para 17 de julho.

Assim sendo, o Flamengo terá uma partida em campo neutro – o Fla-Flu do dia 16, quatro fora e quatro efetivamente em casa. Aí vão os compromissos: Fluminense (16/6, N), Juventude (19/6, Caxias do Sul), Cruzeiro (23/6, casa) e Atlético (26/6, BH). Depois, Cuiabá (30/6, casa), Fortaleza (3/7, casa), Internacional (7/7, Porto Alegre), Criciúma (10/7, casa) e Vitória (17/7, Salvador).

Flamengo 0x2 Botafogo

O Flamengo teve maior posse de bola ao longo do primeiro tempo. Mas pecou em duas situações, sofrendo nas raras vezes em que o adversário foi ao ataque, e mostrando problemas nas finalizações, notadamente com Luiz Araújo, que não acerta nada. Dificuldade para o editor de TV escolher os melhores momentos. Nada além. Na realidade, numa avaliação geral, ambos não criaram nada de interessante.

O segundo tempo começou sem muita emoção, nada de novo sob o sol, até que Luiz Henrique escorou escanteio cobrado por Savarino, jogando a bola à direita de Rossi, aos sete minutos: 1 a 0. Os treinadores fizeram várias substituições, e o Flamengo passou a jogar com 11, pois o bonde Luiz Araújo foi embora.

Mas é fato que não houve mudança de cenário. O Botafogo cauteloso, apostando em contra-ataques, e o adversário, já um tanto afobado, sem inspiração para igualar. É de se imaginar o que La Cruz – que também não está vendo a cor da bola – sente de saudade do River Plate. Pois o tempo foi passando, e a partida chegou ao fim, sem que se pudesse acreditar em reação. Aos 47, Savarino fechou o caixão: 2 a 0.

O futebolzinho do Rubro-Negro não permite nada em tempo algum. Este é o verdadeiro Tite. Será difícil suportá-lo até junho. Ou será que sai antes? Na próxima rodada é o Bragantino no interior paulista.

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Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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