O Vasco não vence há cinco jogos. Há quatro não anota um gol sequer. Tão badalado em 2020, o sotaque portenho de Martín Benítez, Germán Cano e Léo Gil já não encanta com a bola nos pés. O trio hermano chegou a São Januário no ano passado e, ao menos, o meia e o centroavante foram tiros certeiros que mudaram as perspectivas da equipe na temporada, graças a excelentes atuações. O volante até agradou em suas partidas iniciais por conta da forte marcação, mas as falhas apareceram em intensidade e as críticas deram o tom, acompanhadas da eliminação na Sul-Americana e a queda na tabela do Brasileirão.

Treino do Vasco - Rafael Ribeiro/Vasco
Argentinos Léo Gil, Cano e Benítez durante treinamento com o restante do elenco no CT do Almirante – Rafael Ribeiro/Vasco

Apostar no mercado de jogadores sul-americanos é uma prática cada vez mais usual no futebol brasileiro. O raro é acertar em cheio. Cano e Benítez foram dois achados, já que não havia grana em caixa. Assim, o Cruz-Maltino escapou da receita antiga de investir em medalhões em declínio na carreira e teve sucesso nas escolhas.

Cano é o artilheiro do Vasco na temporada, com 23 gols em 49 jogos. A dependência do centroavante reflete na sequência da artilharia, com dois jogadores que já saíram do clube: Fellipe Bastos e Ribamar, cada um com apenas quatro gols. Ben10 aparece logo em seguida, com três.

Léo Gil, por sua vez, chamou a atenção pela polivalência no meio de campo e pela qualidade na bola parada. Chegou, inclusive, com o status de “o homem da bola parada” e amigo de longa data de Benítez. Parecia a resposta para a frágil proteção que os volantes davam à zaga – Bruno Gomes, titular absoluto de Vanderlei Luxemburgo, não estava sendo muito aproveitado por Ramon Menezes e Ricardo Sá Pinto.

Desde a última vitória sobre o Atlético-MG, no dia 23 de janeiro, o Cruz-Maltino acumula dois empates e três derrotas. A duas rodadas do fim do Brasileiro, a expectativa é que o trio esteja em campo mais uma vez, agora diante do Corinthians, no domingo. Com 37 pontos na 17ª colocação, uma derrota na capital paulista pode sacramentar o rebaixamento do Vasco pela quarta vez em sua história, caso o Bahia (38 pontos) derrote o Fortaleza, fora de casa.

Mas, afinal, o que a torcida poderá esperar de Cano, Benítez e Léo Gil para este duelo de vida ou morte? O Jogada10 reuniu as atuações e as notas dos hermanos nestas últimas cinco partidas em que o time não conseguiu sequer somar três pontos. Confira!

PALMEIRAS 1 x 1 VASCO

Benítez – Provou que o clube acertou em se esforçar pela sua permanência. Fez um golaço de falta no primeiro tempo e foi o homem da criação, jogando praticamente sozinho no setor. Cansou na etapa final e deixou o campo aos 25 minutos. NOTA 7,0

Germán Cano – Não teve chances de finalizar. Com uma movimentação sempre eficiente, conseguiu levar perigo ao adversário mesmo sem encostar na bola. NOTA 6,0

Léo Gil – Apático e de utilidade questionável. O pior em campo. Muita raça na marcação, porém sem nenhuma eficiência. Não foi bem no apoio. NOTA 4,5

VASCO 0 x 0 BAHIA

Germán Cano – Precisou sair da área para participar mais do jogo, já que a bola não chegava aos seus pés. Produz pouco quando está longe da área. NOTA: 5,5 

Benítez – Não conseguiu repetir as duas últimas boas atuações. Esteve bem marcado, mas errou acima da média em passes e lançamentos. Teve uma boa finalização na etapa final. Parece ter sentido a sequência de jogos e acabou substituído na metade da etapa final. Tomou um cartão amarelo desnecessário em uma dividida no meio de campo. NOTA: 5,0 

Leonardo Gil – Tentou proteger a defesa e ajudou Henrique na marcação pela esquerda quando o Bahia insistia pelos lados. Mas ainda erra muitos passes, comprometendo a continuidade das jogadas. No mais, cobrou uma falta na área.  NOTA: 5,0

FLAMENGO 2 x 0 VASCO

Léo Gil – Muito esforço e quase nenhum resultado prático. Ajudou na marcação, não entrou nada ofensivamente. No segundo tempo saiu para a entrada de Talles Magno NOTA 4,5

Benítez – Visivelmente segue fora de forma. Perdeu a força de arrancada no tempo em que ficou sem jogar. Com a posse de bola, não tinha opções e ficou isolado na criação, mas foi parte do problema de não conseguir dar saída de jogo ao time. Acabou substituído por Catatau no intervalo. NOTA 4,5

Germán Cano – Capitão dada a ausência de Castan, acabou pouco acionado. Tentou liderar a marcação adiantada da equipe no primeiro tempo. Perdeu grande oportunidade no segundo tempo. Desta vez, não apareceu tanto e pouco se movimentou na busca para criar espaços. NOTA 4,0

FORTALEZA 3 x 0 VASCO

Germán Cano – Por conta de uma indisposição estomacal que o impediu de treinar por dois dias, iniciou na reserva e entrou no intervalo. Não recebeu um passe para finalização. Na única bola que sobrou, em um rebote do goleiro, balançou a rede. O gol, porém, foi anulado pelo VAR por falta de Henrique na origem da jogada. NOTA 5,5

Benítez – Escalado para jogar mais próximo ao homem de frente, numa espécie de segundo atacante, teve grande dificuldade para ajudar na construção das jogadas. Lutou, e correu bastante, como de costume, mas por estar de costas para o gol, não conseguiu produzir e foi obrigado a recuar para que a bola chegasse aos seus pés. No segundo tempo, cresceu um pouco de produção. Foi dele a jogada que resultou no gol anulado pelo VAR. NOTA 5,0

Léo Gil – Suspenso, não jogou.

VASCO 0 x 1 INTERNACIONAL

Benítez – Novamente o jogador foi o mais lúcido do time, mas faltou um companheiro com o qual pudesse armar as jogadas pelo meio e ajudar a equipe a chegar ao gol. NOTA 6

Germán Cano – Movimentou-se bastante para buscar o jogo, porém a falta de criatividade dos meias impedia o centroavante de finalizar. Mesmo assim, aidna teve a chance do empate nos pés em cobrança de pênalti, mas bateu para fora. NOTA 4,5 

Léo Gil – Envolvido nos lances dos dois gols do Internacional. Ficou marcado pela jogada do segundo tento dos gaúchos, já nos acréscimos, quando simplesmente ficou observando a trama ofensiva. NOTA 3,5

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