Betinho Marques

Quem é Galo ‘sarta amor da alma’

Quando um copo cai no chão, o grito é: Galoooooo! A vida do atleticano tem algumas caixas imaginárias, mas a caixa Galo direciona as outras.

Quando o Atlético está bem as caixas de família, serviço, esperança e paciência ficam mais propensas a dar certo. O contrário também é evidente. Quem convive com um atleticano sabe da importância do “Galo ganhou”.

Quando o Galo vence o frentista está feliz, a anestesia se funde em sinestesia, as casas têm harmonia. O Atlético, fundado em 1908 no Parque Municipal de Belo Horizonte por garotos, sempre fez Minas se juntar, aliás, para quem não sabe bem, o Mineirão foi inaugurado em 1965, para poder abrigar a Massa que crescia.

O Galo, apesar de estar atrás das montanhas e fora do centro principal de Rio e São Paulo é nada de um clube, o Galo é uma identidade, uma poesia em trânsito. Entenda bem: o atleticano exala ser atleticano.

Muito raramente, os mais competentes jornalistas conseguirão guardar sua paixão pelo Atlético. Sempre, de soslaio ou numa pitada discreta ou não, com num “arreda” ou “pera aí” vocábulos bem mineiros, em algum momento, o Atlético pulsará da sua alma, seja para xingar ou elogiar. Não existe opção de esconder o Galo do viver. Quem é Galo “sarta amor da alma”.

O atleticano quer ganhar e não é hipócrita, mas não foram as taças que o levaram a empurrar Kombis, Fuscas ou a ter os melhores públicos num ano de Série B. O Atlético faz parte da construção social, de um dividir de pão, de tirar a roupa do corpo para servir ao irmão, o Galo é um despir do orgulho, é ter luz própria para existir.

Não se preocupem com 50 anos de jejum. A camisa listrada do tudo ao nada, do branco ao preto, resistiu a crises de 29, guerras mundiais e incompetências de gestão. Porém, essa mesma camisa foi a primeira a ir para a Europa em 1950 ser campeã do Gelo, e não era um título de uma competição convencional, era a arte da diplomacia de um Galo que cantou e fez sorrir Europa destruída em plena Guerra Fria.

O atleticano vai assombrar e assustar não porque o Galo vai, agora, fazer o que todo grande faz que é ganhar taças, mas o fará de maneira sublime, porque…

O Galo é aquele cara que cresceu sempre sem puxar tapete, que estudou, batalhou e agora está viajando o mundo. O Galo é como aquela festa do pobre que todo rico queria ir.

Não tem nada de 50 anos, são 113 anos tendo orgulho do seu asseio, da sua edificação, e agora será apenas um tempo longo de colheita da justiça.

Liberdade ainda que tardia, o Galo é verbo da melodia. O Atlético ressignifica a alegria.

*As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Jogada10.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: TwitterInstagram e Facebook.

Flávio Almeida

Posts Recentes

Fluminense pode garantir vaga nas oitavas da Libertadores nesta quinta

Com o triunfo sobre o Colo-Colo-CHL, em Santiago, o Fluminense se aproxima da classificação para…

15 de maio de 2024

Artur Jorge vai presentear família com camisas do Botafogo

Técnico do Botafogo desde abril, Artur Jorge está ansioso para receber a família no Rio…

15 de maio de 2024

Além do avanço na Libertadores, vitória cravou River Plate no Mundial 2025

O resultado positivo onde o River Plate bateu o Libertad, por 2 a 0, não…

15 de maio de 2024

Palmeiras conta com retornos de Dudu e Bruno Rodrigues ainda em maio

O técnico Abel Ferreira deverá ter dois reforços caseiros ainda neste mês no Palmeiras. Lesionados,…

15 de maio de 2024

Fluminense divulga parcial de ingressos vendidos para jogo com o Cerro

Depois da derrota para o São Paulo, o Fluminense volta suas atenções para a Libertadores.…

15 de maio de 2024

António Oliveira pede paz no Corinthians: ‘Vamos lutar sempre’

O técnico António Oliveira pediu paz após a vitória do Corinthians sobre o Argentinos Juniors…

15 de maio de 2024

Este site usa Cookies para melhorar a experiência do Usuário!