Nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil, uma bicicleta de Pedro, e a bola desviada por Rodrigues com a mão, revisada pelo VAR, deu ao Flamengo um pênalti, e outro gol do centroavante reserva levaram à vitória de 2 a 0 sobre o Grêmio, no Maracanã com torcida, confirmando a classificação que não foi ameaçada. O Tricolor, excessivamente pilhado, adotou o confronto como estratégia, e o que se viu foi violência, incluindo o revide, superando o futebol, e o resultado acabou sendo ótimo para o time carioca, e definitivo para o gaúcho.
O jogo, na prática, só fez antecipar que a rivalidade, no domingo, poderá ser maior, pois como ambos estarão lutando efetivamente pelos três pontos, e posições distintas na tabela, embora a necessidade de vitória seja idêntica. O Flamengo precisa ganhar para seguir na briga pelo título. E o Grêmio para fugir do descenso.
Na realidade, é mais interessante fazer breve comentário sobre o que vem por aí no Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Atlético Mineiro e Flamengo, por ordem alfabética, são os favoritos para a conquista dos três títulos em jogo até o fim do ano. O Palmeiras é a alternativa. E há um espaço aberto para uma zebra, pois no futebol, como se sabe, tudo é possível.
Logo, é interessante destacar que há diferenças entre os dois candidatos gigantes. O Flamengo, com o time titular completo, e com disposição de ganhar, não importa o treinador, dificilmente é derrotado, principalmente em confronto de duas partidas. No entanto, se lançar reservas, é um adversário comum. O clube carioca, sem Diego Alves, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel não vai a lugar algum. Um dia vence por quatro. E no outro perde de quatro.
Mas o Atlético tem um elenco absolutamente equilibrado, ou seja, há pouca distinção entre os que entram e saem, e a maior prova é a regularidade nos três campeonatos. A outra vantagem entre ambos também está no banco. O Alvinegro tem um técnico. Para citar o momento mais próximo, Cuca, na temporada 2020, levou o Santos, endividado, com um grupo frágil, à decisão da Libertadores, e só caiu nos acréscimos. O Flamengo é comandado por um treinador acostumado a bravatas, que tem o hábito de descansar times inteiros, e que não definiu, até agora, qual é o seu modelo de jogo preferido.
O Atlético raras vezes ganha pelo imponderável do futebol. O Rubro-Negro promove surpresas a cada semana. Difícil explicar como ganhou do Grêmio, de quatro, após um péssimo primeiro tempo, sem duas estrelas – Arrascaeta e Bruno Henrique – na etapa derradeira, com 10 contra 11, na casa do adversário. Complicado esclarecer a vitória de 3 a 1 sobre o Palmeiras, sem alguns titulares, sofrendo pressão boa parte do jogo. Talvez a incompetência do rival, que desperdiçou várias oportunidades, seja a resposta. Algo parecido aconteceu há dois meses, quando deixou de levar gols, quando perdia a partida, e ganhou por 5 a 1.
A propósito, o Atlético ainda não fez uma exibição fantástica, dessas de deixar o torcedor de queixo caído, mas é fato que no quesito investimento, pelo que se lê, e observa – está, por exemplo, construindo um respeitável estádio – é provável que já tenha superado o Flamengo, e se esse é um fator da maior importância, haverá igualmente muita cobrança, daí também a sua presença na briga de verdade pelos três títulos.
O Palmeiras não seria necessariamente uma surpresa, mas talvez esteja em um degrau abaixo de cariocas e mineiros, como evidenciam os resultados, decepcionantes, levando-se em conta que as circunstâncias não são muito distintas de Atlético e Flamengo, dentro e fora do campo.
Há, ainda, a maldição das Eliminatórias, mas essa atinge a todos, indiscriminadamente, e é um quesito trágico, sem solução.
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