Questionado sobre jogo sem torcida, Abel dá aula: ʽPressão mesmo é ser médico ou enfermeiroʼ

Uma das novidades desta final da Copa Libertadores, disputada neste sábado, às 17h, no Maracanã, entre Palmeiras e Santos, é não ter torcedores no estádio. A pandemia do novo coronavírus não permitiu que os apaixonados por Verdão ou Peixe fossem assistir a final.

O técnico Abel Ferreira, porém, acredita que o melhor é ficar em casa e cuidar dos próximos. Ele alerta que o jogo ainda não está ganho.

“Temos que ter cuidado, é algo mundial, o jogo ainda não está ganho (pandemia), isso é vida ou morte, temos que ter cuidados, procuramos dar o exemplo, mas é algo que, pelo menos, enquanto está assim nos deixa preocupado. Se minha família quiser vir ao Brasil não pode. Estão fechados em casa em Portugal. O impacto social preocupa. Futebol é minha paixão, mas adoro viver, abraçar, sentir, isso custa, mas como somos profissionais precisamos superar esses obstáculos. Temos que cuidar dos próximos”, destacou Abel que acrescentou que o Covid-19 resgatou antigas maneiras de pensar.

“A pandemia vem nos trazendo valores que tínhamos esquecido. Isso tem significado. Muitas vezes quando acaba o jogo, eu costumo abraçar com energia, com amor, mas minha esposa reclama porque tenho que dar o exemplo. Mas é difícil. Temos que ter cuidado mesmo. Criamos uma vacina e já se fala em outro tipo. Costumo dizer que nós jogadores, treinadores somos privilegiados. De fato somos. Quando falamos em pressão, não estamos vendo os médicos, enfermeiros, isso sim é pressão. O que sentimos aqui é pressão diferente. Quando falamos de vida e morte, isso sim é pressão. Médicos e enfermeiros que estão tratando, esses são os heróis, esses merecem destaque, a pressão é real. Não sinto, mas imagino. Ver pessoas morrer na sua frente isso deixa marcas psicológicas. Estamos a falar de coisas de verdadeira pressão. Que os torcedores fiquem em casa, torçam para o Santos, para o Palmeiras, e que vença o melhor e que o melhor seja o Palmeiras”, finalizou.